Randolfe diz que Bolsonaro incitou ameaças contra senadores por aprovação do decreto de armas
O decreto das armas de Bolsonaro foi ao Plenário do Senado para análise dos parlamentares nesta terçaDurante a sessão deliberativa desta terça-feira, 18, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que Jair Bolsonaro (PSL) "incitou" ameaças aos integrantes da Casa, ao pedir que a população pressionasse os parlamentares por parecer favorável ao decreto de flexibilização do acesso as armas.
Os políticos estariam sofrendo represálias após aprovarem projeto que derruba o decreto do presidente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na última última quarta-feira, 12.
"Caso aprovado, perdem os CACs (Caçador, Atirador, Coleccionador) e os bons cidadãos, que dificilmente terão direito de comprar legalmente suas armas. Cobrem os senadores do seu Estado", publicou Jair Bolsonaro em sua conta do Twitter.
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AssineA CCJ do Senado decidiu revogar nossos decretos sobre CACs e posse de armas de fogo. Na terça (18), o PL será votado no plenário. Caso aprovado, perdem os CACs e os bons cidadãos, que dificilmente terão direito de comprar legalmente suas armas. Cobrem os senadores do seu Estado.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 15, 2019
Randolfe diz que após isso os políticos foram colocados em grupo de aplicativos de mensagens e receberam comunicados ofensivos. "Atenção senadores, aprovem o decreto de armas do presidente Jair Bolsonaro e tomem vergonha na cara", dizia um dos avisos publicado em grupo com nome "Bolsonaro 2022", conforme informou o parlamentar.
"Senador Randolfe, nós sabemos por onde o senhor anda, somos da segurança privada, sabemos de suas viagens. O senhor tem segurança, nós queremos arma", dizia outro comunicado lido pelo político.
"Esse é o tipo de mensagem que recebemos. Incitada por quem? pelo presidente da República. Isso é atentar contra a ordem democrática", concluiu Randolfe.
É, no mínimo, preocupante que o direito e o dever do exercício da atividade parlamentar, legitimado pelo voto do povo, sejam restringidos por meios covardes e, inclusive, de flagrante injustiça e afronta à segurança dos parlamentares
— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) June 14, 2019
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já havia se pronunciado sobre o caso nas redes sociais. "É, no mínimo, preocupante que o direito e o dever do exercício da atividade parlamentar, legitimado pelo voto do povo, sejam restringidos por meios covardes e, inclusive, de flagrante injustiça e afronta à segurança dos parlamentares", publicou no Twitter.
Um dos citados nas ameaças é o cearense Eduardo Girão (Pode-CE). Além dele e Randolfe, teriam recebido represálias os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Veneziano Vital do Rego (PSB-PB), conforme reportagem da Folha de S.Paulo.
O decreto das armas de Bolsonaro foi ao Plenário para análise dos parlamentares nesta terça.
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