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PSDB elege novo presidente e se coloca como opção para extremos na política do País

O partido passa por período de reestruturação, após o desempenho ruim nas eleições de 2018
21:59 | Mai. 31, 2019
Autor Israel Gomes
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Tipo Notícia

O PSDB escolheu durante convenção nesta sexta-feira, 31, o pernambucano Bruno Araújo, aliado do governador de São Paulo, João Dória, como novo presidente nacional da sigla. O partido passa por período de reestruturação, após o desempenho ruim nas eleições de 2018. Integrantes do colegiado no Ceará defendem que o grupo assume posição de intermédio entre os "extremos da esquerda e direita" que atualmente "cercam" a política no Brasil.

Presente na solenidade em Brasília, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que a sigla superou um período "difícil" e que agora tem possibilidade de retomar seu caminho natural. "Tem muita gente nova, muita gente boa, que tem condições de levar o partido ao seu rumo verdadeiro", ressaltou o tucano.

A reformulação vem após o pleito presidencial, em que Geraldo Alckmin obteve apenas 5,09 milhões (4,8%) de votos, ficando em quarto lugar, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT). O partido viu ainda a bancada na Câmara encolher de 49 deputados federais para 29.

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Tasso Jereissati destacou que atualmente existe uma extrema esquerda e direita "radicalizada, intransigente e intolerante". Ele acrescenta que a população precisa de uma representação que fuja deste caminho e o PSDB assume essa posição. "A grande maioria silenciosa dos brasileiros não está em nenhuma dessa extremidades e precisa de um grupo político que os represente.

O ex-deputado estadual e um dos possíveis candidatos a prefeitura de Fortaleza, Carlos Matos, disse ao O POVO que o PSDB passa por uma "mudança muito profunda" e pela "conclusão de um ciclo". Ele ressalta que a sigla contribuiu muito para a história do País, mas que é preciso tomar uma posição mais firme com relação a políticas públicas e sua atuação na política.

O titular do diretório tucano na Capital afirmou que as novas mudanças não tratam de uma forma de contestar o Governo Federal, mas de "defender aquilo que acredita". Ele disse ainda que não há empecilhos para apoiar projetos da gestão de Bolsonaro que sejam benéficos à população.

A solenidade contou com a presença de presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Tasso Jereissati destacou que a aproximação com partidos como o DEM e MDB é necessária para criar "uma posição progressista mais tolerante e democrática".

A eleição de Bruno Araújo, que concorreu em chapa única, fortalece ainda mais a representação de João Dória, que atualmente é um dos políticos mais atuantes da sigla no País. O tucano foi recebido na convenção aos gritos de "presidente", referenciando a possibilidade de o ex-prefeito da capital paulista concorrer a vaga no Planalto em 2022.

Alguns caciques do partido não estiveram no evento, à exemplo, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e Fernando Henrique Cardoso. "Ele tem 88 anos, ele não tem mais que justificar ausência", explicou Tasso sobre a ausência do ex-presidente.

A convenção contou ainda com críticas ao PT e ao presidente feitas por Geraldo Alckmin. "Não temos duas verdades, a extrema direita e a extrema esquerda. Temos duas grandes mentiras, o petismo e o 'bolsonarismo'", disse o tucano, questionando onde está a agenda do Governo.

Sobre a gestão de Bolsonaro, Tasso minimizou e disse que o PSDB tem uma visão econômica muito próxima a do ministro Economia Paulo Guedes, no entanto, muito distante do núcleo duro do Governo em termos ideológicos e comportamento social. (Com agências)

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