Flávio Bolsonaro realizou compra de 19 imóveis por R$ 9 milhões, diz MP
A suposta fraude teria acontecido para "simular ganhos de capital fictícios" e encobrir "o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos" da Assembleia Legislativa do Rio de JaneiroO Ministério Público do Rio de Janeiro, após quebra de sigilo fiscal concedido pelo pelo juiz da 27ª Vara Criminal do Rio, Flávio Itabaiana Nicolau, revelou indícios de que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) teria realizado lavagem de dinheiro por meio de compra e venda de imóveis. As informações são da Veja.
O lucro em transações imobiliárias, entre 2010 e 2017, foi de R$ 3.089 milhões, de acordo com promotores. Ainda nessas transações, há “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas". Ao todo, o valor investido pelo filho do presidente foi de R$ 9.425 milhões em 19 imóveis. A suposta fraude teria acontecido para "simular ganhos de capital fictícios" e encobrir "o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos" da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Ainda no documento é citado uma valorização excessiva de imóveis adquiridos por Flávio. Ele teria vendido um apartamento por R$ 550 mil, em fevereiro de 2014, e em 27 de novembro de 2012 comprou o mesmo apartamento por apenas R$ 140 mil. Isso representa um lucro de 292%. A valorização do imóvel ficou em 11% na época, de acordo com índice Fipezap apontado pelo MP no documento.
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AssineOutro dado do documento aponta que o apartamento comprado em novembro de 2012 por R$ 170 mil, em Copacabana, foi vendido por R$ 573 mil um ano depois, representando o lucro de 237%.
Um apartamento em Laranjeiras também é citado pela MP, que aponta valorização excessiva no período de 8 meses. A MP também questiona a afirmação de Flávio de que a venda foi feita com dinheiro em espécie.
Além disso, entre setembro de 2010 e dezembro de 2018, dez salas comercias foram compradas na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, por R$ 2.662 milhões. Já em outubro de 2010, as salas foram vendidas por 3,167 milhões para a MCA Exportação e Participações. Os promotores lembram que é sócia dos compradores a empresa a Listel S.A., no Panamá, um paraíso fiscal.
De acordo com o documento, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) vê a “realização de operações imobiliárias envolvendo pessoas jurídicas cujos sócios mantenham domicílio em países com tributação favorecida” com "sérios indícios” de lavagem de dinheiro.
Em nota enviada à Veja, a assessoria do senador reenviou o documento divulgado quando houve a notícia de quebra de seu sigilo bancário. Na nota, ele afirma que não irão conseguir "atingir o governo de Jair Bolsonaro".
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