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100 dias do governo Bolsonaro: cinco ações ruins tomadas neste início de mandato

Em pouco mais de três meses, presidente precisou enfrentar um país dividido e crises que atingiram diretamente seu capital político
18:08 | Abr. 09, 2019
Autor O Povo
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Nesta quarta-feira, 10, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) completa 100 dias a frente da Presidência da República. Nesse tempo, o capitão reformado precisou enfrentar crises nacionais e internacionais, disputas ideológicas em pastas-chaves do Governo e ataques políticos.

O POVO Online listou algumas ruins do novo governo nos últimos 100 dias. Confira:

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Crise no MEC e queda de Vélez

Há 100 dias sob nova gestão, o Ministério da Educação (MEC) enfrenta constantes crises desde a nomeação de Ricardo Vélez Rodríguez para a chefia da pasta. Vélez trouxe forte influência ideológica da direita – principalmente do guru Olavo de Carvalho – e prometeu fazer uma limpeza de pensamentos da esquerda do Ministério. Contudo, ele colecionou polêmicas até sua demissão, na última segunda-feira, 8. No histórico do ministro há autorização para compra de livros didáticos com erros de português e sem referências bibliográficas – o edital foi revogado uma semana depois. Também pediu para que os estudantes fossem filmados entoando o slogan de campanha do presidente Bolsonaro. A decisão também foi revista. Além das decisões controversas, Vélez promoveu uma série de demissões, tanto quadros técnicos da gestão anterior quanto nomes, inclusive do alto escalão, nomeados por ele. O ministro deu lugar ao economista Abraham Weintraub na chefia da pasta.

Crise derruba ministro Bebianno

Data: 18 de fevereiro

Apesar de manter o discurso de combate à corrupção, a saída do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL), trouxe desgastes logo no início do Governo Bolsonaro. Bebianno foi acusado de promover candidaturas “laranjas” para desviar financiamento de campanha. O impasse entre o assessor e o presidente ganhou manchetes de jornal, teve conversas vazadas entre os dois por Carlos Bolsonaro (PSL), filho do presidente, e acusações públicas de esquemas de corrupção. No fim, menos de 50 dias após tomar posse, Bolsonaro exonerou o primeiro ministro.

Salário mínimo

Data: 2 de janeiro

Calculado inicialmente para chegar a R$ 1.006, o aumento do salário mínimo foi de R$ 954 para R$ 998. Apesar das críticas de trabalhadores, o cálculo para o aumento abaixo do esperado foi justificado pelo Governo Federal. O valor é calculado a partir da expectativa de inflação. Quando o Congresso votou o orçamento para este ano, a inflação projetada era de 4,2%, contudo, neste ano, a projeção da taxa caiu para 3,75%.

Mudança na Lei de Acesso à Informação

Data: 19 de fevereiro

Decreto assinado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, foi responsável pela primeira derrota do Governo Bolsonaro no Legislativo. O documento alterava a Lei de Acesso à Informação (LAI) permitindo que gestores de cargos comissionados tivessem autoridade para classificar dados como secretos e ultrassecretos, o mais alto grau de sigilo, chegando a 25 anos. No fim, 367 parlamentares votaram contra o projeto e 57 a favor. O decreto foi atacado até mesmo por aliados do presidente, que se elegeu com discurso de combate à corrupção. Para os críticos, a decisão de reduzir a transparência pública poderia esconder ações ilegais.

Crise com o presidente da Câmara

A pressão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), para que a tramitação do Pacote Anticrime ocorra com maior celeridade despertou insatisfação no deputado. Ambos passaram a trocar farpas na imprensa e em redes sociais. A situação piorou quando Carlos Bolsonaro criticou Maia. O presidente da Casa legislativa então ameaçou deixar a articulação da Reforma da Previdência. O parlamentar também criticou a gestão presidencial. “Bolsonaro precisa de mais tempo para reforma e menos para Twitter”, disse. Atualmente, a tensão entre os dois diminuiu e Bolsonaro classificou o caso como “página virada”. Contudo, o imbróglio evidenciou a falta de articulação política do presidente no Legislativo e trouxe desgaste ao capital político de Bolsonaro entre os parlamentares.

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