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Capitão Wagner questiona proposta de Previdência dos militares

De acordo com o cearense, a falta de articulação e o desacordo de discurso são os principais empecilhos do Governo
21:44 | Mar. 26, 2019
Autor Wanderson Trindade
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Wanderson Trindade Repórter
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Tipo Notícia

Apresentada separada das propostas para os trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público, a reforma da Previdência dos militares não tem agradado parte dos deputados federais representantes da categoria. Com os atritos entre os poderes executivo e legislativo dos últimos dias, o projeto para os servidores de farda tem sido questionado por parlamentares.

Na tarde desta terça-feira, 26, foi cancelada a reunião da Frente Parlamentar da Segurança Pública que iria debater o projeto da nova Previdência dos integrantes das Forças Armadas – entregue ao Congresso na última semana pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). O grupo é composto por deputados representantes dos militares nos mais diversos níveis.

Para o deputado cearense Capitão Wagner (Pros), no entanto, o projeto apresentado pelo Governo Federal trata “exclusivamente dos militares federais”. “Logicamente, dentro dessa frente, vendo que houve de certa forma um beneficiamento aos militares federais com a reestruturação da carreira e nenhuma das outras categorias teve esse benefício, há uma dificuldade em relação à defesa do projeto”, afirmou.

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Questionando o discurso do governo de “dar uma cota de sacrifício para todo mundo”, Wagner declarou ao O POVO Online que essa “cota” só foi compensada para os militares federais, que ganhariam reestruturação da carreira. O que não se aplicará aos demais militares do País. “Assim fica difícil defender esse discurso de sacrifício para todo mundo e benefício para poucos”, pontuou.

Coordenada pelo deputado Capitão Augusto (PR–SP), a Frente Parlamentar da Segurança Pública teve encontro cancelado sob a justificativa de que “a discussão importante do momento” aconteceria na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. No local era aguardada a presença do ministro Paulo Guedes (Economia), que daria explicações sobre pontos do projeto da reforma da Previdência geral.

O economista, porém, não compareceu à CCJ, causando burburinho entre os 104 deputados presentes. “O pessoal queria muito ouvir do Paulo Guedes qual sua posição em relação ao projeto”, informou Capitão Wagner. Além de representar os militares federais, a frente parlamentar é constituída por defensores das polícias federais, civis e militares, e dos bombeiros militares. “Não contemplar essas categorias gera uma animosidade e insatisfação no parlamento”, enfatizou o cearense.

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