Secretaria de Políticas sobre Drogas deve manter estrutura após vínculo com Saúde
Em janeiro, será anunciado secretário-executivo da pasta já ligada à Secretária da Saúde
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Todos os programas, projetos, convênios e contratos firmados pela atual Secretaria Especial de Políticas Sobre Drogas (SPD) devem ser mantidos após o órgão vincular-se à Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), em 2019. Com a fusão, a pasta extinta deve ganhar um secretário-executivo de políticas sobre drogas. As mudanças ocorrem por conta da redução de pastas anunciadas por Camilo Santana (PT), para o segundo mandato do petista.
A fusão é vista como positiva pelo o atual titular da Pasta, Will Almeida. Para ele, é importante manter, pelo menos, o que foi feito durante o ano de 2018, “Como vai para uma pasta grande, pode ter uma visibilidade maior. Pode ter mais ganho em relação à importância que tem a pasta da Saúde. Os projetos foram mantidos e o orçamento foi assegurado por emendas parlamentares”, avalia. De acordo com ele, o secretário-executivo será anunciado apenas em janeiro.
Deputada estadual pelo PDT, Mirian Sobreira destaca o orçamento de R$ 10 milhões garantidos para o ano de 2019. Apesar de entender os reflexos da reorganização administrativa nacional, reconhece que o orçamento destinado à SPD é pouco, e que a área deveria ganhar mais relevância à nível nacional. Para ela, ao invés da extinção da secretária, um ministério deveria ser criado para pensar políticas sobre drogas.
“Todo mundo sabe que os traficantes, o comércio da droga, e o envolvimento na sociedade estão muito organizados. Estamos andando de fusquinha enquanto eles andam de avião a jato. Existe um espaço muito grande que por falta de políticas públicas ainda não foram preenchidos”, analisa. A parlamentar destaca ainda cuidado ao emendar os projetos de integração da SPD à Sesa e cobrar a autonomia garantida por Camilo Santana após a fusão.
Duas intervenções devem continuar em destaque durante os próximos anos. O projeto Semente do amanhã e o programa Prevenção em família. O primeiro capacita os profissionais de saúde da atenção básica a orientar as mães sobre o riscos de drogas lícitas e ilícitas. “Você chega e vê a mãe só como a barriga, mas não olha a história dela. Precisamos fazer trabalho voltado para esse público também”, justifica Dagmar Soares, assessora do Programa Mais Infância Ceará.
O outro alcança cerca de 500 famílias em 50 municípios por todo o Estado, com encontros presenciais semanalmente para trabalhar a prevenção das drogas e o vínculo familiar entre os atendidos. De acordo com Dagmar, profissionais da assistência social, educação e saúde são capacitados para atender essa população. O público-alvo é determinado pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de cada município.
Os representantes estiveram nesta quarta-feira, 19, no I Encontro de Conselhos de Políticas sobre Drogas do Estado do Ceará. Entre os objetivos está elaborar propostas para o Plano Estadual de Políticas sobre Drogas. Em um auditório com quase 400 pessoas, do Interior e de Fortaleza, representantes do poder público, sociedade civil e conselheiros reuniram-se para elaborar acompanhamento deste Plano.