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Primeira delação contra Renan Calheiros é homologada e deputado cearense é citado

Aníbal Gomes e assessor são apontados como responsáveis por operacionalizar propina e indicar contas no Exterior para depósitos do dinheiro. Deputado nega
10:29 | Dez. 29, 2018
Autor O POVO
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Tipo Notícia
Atualizado ás 12h10min
 
Foi holologado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), o acordo de delação premiada de Jorge Luz que atinge o senador Renan Calheiros. Luz é lobista e acusado de intermediar propina para políticos do MDB. A informação é do jornal O Globo.
 

Em planilha juntada aos autos da ação, Jorge Luz identifica US$ 418 mil dos R$ 11,5 milhões em propinas que disse ter intermediado a políticos peemedebistas. Segundo a delação, além de Renan, teriam sido beneficiados o também senador Jarder Barbalho (PA), o deputado federal cearense Aníbal Gomes (DEM) e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau.
 

Jorge Luz e seu filho, Bruno Luz, foram presos nos Estados Unidos em fevereiro de 2017, na 38ª fase da Operação Lava Jato. Ainda conforme o jornal, na delação, o lobista relata pagamentos de milhões em propina a Calheiros e aliados. A delação foi homologada por Fachin na semana passada. As acusações são negadas pelo senador.
 

O papel de Aníbal
 

Conforme informa O Globo, Aníbal Gomes seria responsável por "operacionalizar" o pagamento de propinas, diretamente ou por intermédio de seu assessor, Luís Carlos Batista Sá. Eles entregariam, inclusive, indicações de contas no Exterior para o depósito das propinas.
 

Os pagamentos, conforme a delação, seriam contrapartida por contratos da diretoria Internacional da Petrobras, sob influência do então diretor Nestor Cerveró.
 

Na última eleição para a Câmara dos Deputados, Aníbal ficou como primeiro suplente da coligação governista composta por PDT, PTB, DEM, PSB, PRP e PPL. Ele assumirá mandato diante da confirmação da indicação de Mauro Filho (PDT) para secretário do Planejamento e Gestão do segundo governo Camilo Santana (PT).


O que diz a defesa 
 
A defesa de Aníbal Gomes, representada pelos advogados Águimon Rocha e Gustavo Souto, nega as acusações: "O deputado jamais serviu de assessor ou qualquer outro tipo de acesso ao senador Renan Calheiros". O advogado Águimon Rocha afirma que a única vinculação do deputado cearense com o senador é "político-partidária" e que em momento algum Aníbal se utilizou de cargo para prática de ilicitude.


"Os delatores, como vem ficando provado pela própria Lava Jato, estão fazendo delações envolvendo políticos tão somente para obter benefícios, sobretudo o benefício da liberdade. A revogação da prisão decretada pelo juiz. Fica muito fácil imputar qualquer pessoa pela prática de crime sem uma prova", continua o advogado. "Até hoje, não há uma prova sequer que vincule o deputado ao senador Renan ou que demonstre que o deputado tenha praticado algo ilícito".


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Delação
 
Ainda segundo O Globo, no acordo, foi definido que os delatores irão ressarcir R$ 40 milhões ao erário.

A delação é a primeira homologada desde a posse da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
 
Redação O POVO Online 

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