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Quais as diferenças entre as pesquisas realizadas pelos vários institutos

Diversos institutos utilizam-se de diferentes metodologias para medir o eleitorado e tentar prever o resultado nas urnas. Aspectos como amostra e margem de erro definem a exatidão
13:50 | Out. 23, 2018
Autor O POVO
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[FOTO1]Durante todo o período eleitoral, diversos institutos realizam pesquisas de intenção de voto visando captar a opinião do eleitorado e projetar os resultados nas urnas. A confiabilidade, porém, não tem como ser exata. As metodologias utilizadas por cada instituto obtém resultados que se aproximam, mas dependem de aspectos como tamanho da amostra e margem de erro calculada. O grau de confiança da pesquisa aumenta quanto maior o número de pessoas entrevistadas.
 
[SAIBAMAIS]O professor de estatística e matemática aplicada da Universidade Federal do Ceará (UFC) Júlio Barros explica que a forma como são obtidos os dados (por telefone, residencialmente, ou nas ruas) não influencia no resultado. Para isso, a pesquisa precisa se comprometer a contemplar os diferentes perfis de idade, sexo, religião, renda, local de moradia etc, na mesma proporção da população. 
 
O especialista calcula que, para a população do Brasil, o número ideal da amostra deve ser de 2.400 pessoas, considerando uma margem de erro de dois pontos percentuais e um nível de confiança de 95%. Institutos como o BTG Pactual, o XP/Ipespe, o Vox Populi, o CNT/MDA e o Paraná Pesquisas normalmente usam uma média de 2.000 pessoas por pesquisa, mantendo a margem de erro entre 2 e 2,2 pontos percentuais.
 
“A diferença [entre as pesquisas] não é por questão de estatística, é por questão de metodologia, de coleta. E nem são diferenças tão grandes. A pesquisa é um retrato do momento e esse momento varia todo santo dia”, pontua Júlio. Ele cita que muitas pessoas não consideram a pesquisas como válidas por nunca terem sido entrevistadas e justifica que, para a pesquisa ser estatisticamente válida não é preciso que todos sejam entrevistados, mas que todos os perfis estejam presentes. "Todos teoricamente, estatisticamente, têm a possibilidade de serem entrevistados", diz.
 
Pesquisas, amostras e margens de erro
Ibope - amostra em torno de três mil pessoas. Pesquisa domiciliar (feita de casa em casa) e margem de erro de 2 pontos percentuais.
Datafolha - amostra varia bastante entre as pesquisas, chegando a mais de dez mil. Pesquisa de ponto de fluxo (nas ruas, em locais de grande movimentação e ouvindo quem passa por lá). Margem de erro de 2 pontos percentuais.
Paraná Pesquisas - amostra  em torno de  duas mil pessoas. Pesquisa feita por entrevistas pessoais (não explica como é feita a abordagem aos entrevistados) e margem de erro de 2 pontos percentuais.
Real Time Big Data - amostra de cinco mil. Não detalha forma de pesquisa. Margem de erro de 3 pontos percentuais.
Vox Populi - amostra de duas mil pessoas. Pesquisa feita por entrevistas pessoais (domiciliares, por telefone ou em espaços públicos) ou virtuais (via internet ou redes sociais). Margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
XP/Ipespe - amostra de duas mil pessoas. Pesquisa feita por telefone e margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
CNT/MDA - amostra de aproximadamente duas mil pessoas. Não detalha forma de pesquisa. Margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
DataPoder360 - amostra de quatro mil pessoas. Pesquisa feita por telefone. Margem de erro de 2 pontos percentuais.
BTG Pactual - amostra de duas mil pessoas.. Pesquisa feita por telefone e margem de erro de 2pontos percentuais.

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