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Dono da rede de lojas Havan promete 17 minutos de fogos pela vitória de Bolsonaro

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Luciano Hang seria um dos empresários envolvidos no esquema de Caixa 2 da campanha do PSL
23:29 | Out. 28, 2018
Autor Silvia Bessa
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Silvia Bessa Editora adjunta de Cidades
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Tipo Notícia
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Envolto em polêmicas pelo apoio ao então candidato Jair Bolsonaro (PSL) e suspeito de participar de um esquema ilegal que patrocinou a disseminação de fake news contra Fernando Haddad (PT), o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, comemorou a vitória do capitão da reserva nas redes sociais. 
 
No Youtube, ele publicou um vídeo anunciando que nesta segunda-feira, 29, às 17 horas, irá soltar, por 17 minutos, fogos de artifício. Os dezessetes fazem alusão ao número do PSL.  
 
No Instagram, Hang publicou um vídeo que mostra eleitores comemorando o resultado das urnas em frente à matriz da Havan, em Brusque (SC). Há eleitores tomando as ruas e muitas buzinas. “Fico muito feliz com o carinho da população”, escreve o empresário. Ele ainda cita o slogan da campanha de Bolsonaro: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. 
 
Pouco antes, ele publicou a imagem da bandeira do Brasil manchada de sangue sendo lavada, com os dizeres: “Chegou a hora de limpar a sujeira que eles deixaram”. “É a vitória da família brasileira”, ele escreve.
 
Nos comentários, seguidores agradecem o “empenho” na campanha. “Luciano... Parabéns pelo apoio e por seu sentido de pátria... Que mais empresários de sucesso como você possam estar unidos pelo progresso do nosso Brasil... Obrigada e que Deus nos abençoe”. “Agora vc é o padrinho oficial desta campanha. Não nos abandone”. “Parabéns Luciano, precisamos de brasileiros patriotas igual a você”.
 
No primeiro turno, Hang foi multado em R$ 10 mil por impulsionar publicações no Facebook que promoviam a campanha de Bolsonaro. Por sete votos a zero, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que apenas candidatos, partidos e coligações poderiam recorrer a serviços do tipo, vedados a terceiros. A decisão isentou o candidato do PSL e o Facebook.
 
Dias depois, o empresário enviou vídeo aos seus funcionários antecipando que, caso a "esquerda" vencesse as eleições presidenciais, eles poderiam perder o emprego.
 
O empresário catarinense dizia que, se a “esquerda” ganhar, “vamos virar uma Venezuela”. E garantiu que jogaria “a toalha” e “repensar" o planejamento da empresa. “Talvez, a Havan não vai abrir mais lojas. E aí se eu não abrir mais lojas ou se nós voltarmos para trás. Você está preparado para sair da Havan? Você está preparado para ganhar a conta da Havan? Você que sonha em ser líder, gerente, e crescer com a Havan, você já imaginou que tudo isso pode acabar no dia 7 de outubro?”, questionava aos funcionários.
 
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Hang negou que tivesse intenção de coagir seus empregados. Mas a Justiça do Trabalho entendeu diferente e determinou que o empresário divulgasse novo vídeo afirmando que seus funcionários eram livres para votar em quem desejassem. 

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