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PF aponta indícios de "caixa três" nas campanhas de Rodrigo Maia

Informações constam de relatório de um dos inquéritos que investigam o presidente da Câmara
18:22 | Dez. 26, 2017
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[FOTO1] A Polícia Federal (PF) apontou indícios de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu dinheiro não contabilizado em suas campanhas, por meio de empresas a mando da Odebrecht, prática denominada pelos investigadores de “caixa três”. A informação consta em um dos inquéritos que têm Maia como alvo no Supremo Tribunal Federal (STF). 
 
Com as delações dos donos e executivos da Odebrecht, em abril, a Cervejaria Petrópolis é apontada como a principal aliada da empreiteira no "caixa três". Segundo as delações, a cervejaria doou R$ 120 milhões a diversos políticos, a pedido da empreiteira, nas campanhas eleitorais de 2008, 2010, 2012 e 2014. Outras empresas com quem a Petrópolis mantinha negócios, também teriam participado do esquema. 
 
Relatório da PF aponta que Maia recebeu R$ 200 mil na campanha de 2014, doação da empresa PraiaMar Indústria Comércio e Distribuição, ligada à Cervejaria Petrópolis. O dinheiro foi doado ao diretório nacional do DEM, que repassou a Maia. No mesmo ano, a Petrópolis doou R$ 6,1 milhões ao diretório nacional do DEM, segundo a PF. 
 
As investigações ainda apontam que, em 2010, a campanha de Maia recebeu R$ 389 mil do diretório estadual do DEM fluminense. Neste ano, o diretório recebeu R$ 20 mil da PraiaMar e R$ 80 mil da Leyroz Caxias Indústria Comércio e Logística, também ligada à Petrópolis. 
 
Até 2010, o sistema da Justiça Eleitoral não permitia verificar a fonte original de recursos que chegassem às campanhas por meio de diretórios partidários. 
 
A PF aponta que é "certo de que existe a possibilidade de (os valores repassados a Maia pelo diretório) terem sido originados das referidas empresas parceiras da Odebrecht (Praiamar e Lyroz)". 
 
Ainda de acordo com a Polícia Federal, o pai do presidente da Câmara, o vereador do Rio Cesar Maia (DEM), investigado no mesmo inquérito, também recebeu doação de R$ 50 mil da Petrópolis, via repasse do diretório nacional do DEM, em 2014, quando disputou vaga no Senado e perdeu. 
 
O relatório da PF é de 28 de junho e foi disponibilizado no inquérito no final de novembro. 
 
Rodrigo Maia afirmou ao jornal Folha de S.Paulo,  por meio de assessoria, que todas as doações recebidas em suas campanhas respeitaram a legislação e estão registradas na Justiça Eleitoral. 
 
"Maia reitera que confia na Justiça e está à disposição das autoridades, pois tem interesse que tudo seja esclarecido com a maior brevidade possível", diz a nota. 
 
Redação O POVO Online

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