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Delatado, Yunes diz que Temer sabia de "documento" de Padilha

As investigações suspeitam que no documento, repassado por Lúcio Funaro, havia propina para caixa 2 da campanha eleitoral
12:33 | Fev. 24, 2017
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O amigo e ex-assessor de Michel Temer no governo federal, José Yunes, afirmou em entrevista à coluna do jornalista Lauro Jardim, do O GLOBO, que o presidente sabia da existência de um "documento" que Eliseu Padilha havia pedido para que entregassem a ele em 2014.

As investigações suspeitam que no documento, repassado por Lúcio Funaro — ex-operador de Eduardo Cunha —, havia propina para caixa 2 da campanha eleitoral.

Segundo Yunes, Funaro afirmou à época que estava em curso uma estratégia para eleger uma bancada fiel a Cunha, para conduzi-lo à presidência da Câmara em 2015. "Ele me disse: 'A gente está fazendo uma bancada de 140 deputados, para o Eduardo ser presidente'. Perguntei: 'Que Eduardo?'. Ele respondeu: 'Eduardo Cunha".

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Yunes, no entanto, diz não saber o que havia no documento. "O Padilha me ligou e me perguntou se eu poderia receber um documento que depois seria pego por outra pessoa. Eu disse que não teria problema", disse. Questionado, ele disse não lembrar o tamanho e a espessura do envelope.

Yunes afirmou ainda que foi a primeira e única vez que recebeu documentos em nome de Padilha. "Como ele também é advogado e milita na área imobiliária, eu não vi problema. Não poderia imaginar que era dinheiro, até porque nunca mexi com dinheiro de campanha", disse.

Temer sabia

Amigo de Temer, Yunes disse que o peemedebista sabia de "tudo". "Contei tudo ao presidente em 2014. O meu amigo (Temer) sabe que é verdade isso. Ele não foi falar com o Padilha. O meu amigo reagiu com aquela serenidade de sempre (risos). Eu decidi contar tudo a ele porque, em 2014, quando aconteceu o episódio e eu entrei no Google e vi quem era o Funaro, fiquei espantado com o "currículo" dele. Nunca havia conhecido o Funaro", disse o ex-assessor.

Em delação premiada do engenheiro da Odebrecht, Cláudio Melo, Yunes teria recebido em seu escritório a quantia de R$ 1 milhão para ser repassado para campanhas peemedebistas, via caixa 2. O advogado, que pediu demissão do governo logo após a divulgação do conteúdo da delação de Melo, disse que pretende entrar com uma ação judicial contra o ex-executivo da Odebrecht.

 Redação O POVO Online

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