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Recriação de pasta do Desenvolvimento Agrário desagrada a ruralistas

09:40 | Ago. 13, 2016
Autor O POVO
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Tipo Notícia
O anúncio de que o governo do presidente em exercício Michel Temer vai recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) desagradou aos nomes da bancada ruralista do Congresso.

Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), a volta da pasta, que cuida de temas como a reforma agrária, vai de encontro ao discurso de austeridade adotado por Temer quando ele assumiu o governo em maio, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo.

"O governo assumiu com um compromisso de fazer cortes, ter uma contenção de gastos. Mas hoje você encontra situações completamente diversas daquele que foi o compromisso, com a recriação de ministérios e reajuste para servidores", disse Caiado.

Para o parlamentar, a pasta foi criada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por "questões ideológicas" e para contemplar setores ligados ao PT. "Talvez porque o PT e PMDB estiveram na mesma chapa por muito tempo, essa ideia, que eu acho equivocada, contaminou o PMDB. Mas eu acho que o Temer poderia se livrar desse tipo de contaminação ideológica", acrescentou.

Pressão

Desde que decidiu transformar a pasta em uma secretaria subordinada à Casa Civil, o Palácio do Planalto vem sendo pressionado por movimentos sociais para recriá-lo e também por partidos aliados, como o Solidariedade, que não ganhou uma cadeira na Esplanada.

Em junho, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) intermediou um encontro entre Temer e o ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha Júnior, no qual o ativista pediu a Temer a recriação do MDA.

Anteontem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou que Temer havia decidido recriar o MDA após tomar ciência das pendências e do tamanho das questões que a pasta possui. Segundo o ministro, o presidente em exercício decidiu que era preciso alguém para pensar 24 horas no tema com "patamar de ministro".

A mesma opinião de Caiado tem o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para quem o retorno do MDA é "absolutamente desnecessário". "Já tem ministério demais no Brasil."

O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) também criticou o retorno do ministério. "Ceder a esse tipo de pressão, antes de discutir a política do setor, é uma notícia desnecessária para um período de turbulência como esse", disse.

Apesar da resistência de uns, outros, como o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária, apoiam a iniciativa. "O governo acerta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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