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Câmara substitui projeto de shopping por anexo de R$ 320 milhões

07:20 | Jun. 24, 2016
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Diante da falta de interesse de empresas para uma Parceria Público-Privada, a Câmara dos Deputados decidiu abandonar a proposta do "Parlashopping". "Menina dos olhos" do deputado e presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o antigo projeto deve ser trocado por um anexo mais simples. A Mesa Diretora decidiu gastar R$ 320 milhões em um prédio que vai abrigar apenas gabinetes e expandir a antiga estrutura da Câmara. A expectativa é de que a obra fique pronta entre três e quatro anos.

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Os técnicos iniciaram nesta semana as escavações para fazer o reconhecimento terreno - hoje um estacionamento - que vai abrigar o prédio de três pavimentos acima do solo, um pavimento inferior e seis subsolos (entre eles cinco andares de garagens). O anexo 4B terá 122 gabinetes, um auditório com capacidade para 665 pessoas, café, salas de reunião, restaurante, lanchonete e terraço-jardim. A ideia de abrir espaço para lojas foi suspensa temporariamente, a menos que haja futuramente interesse da iniciativa privada. Não está descartada uma concessão para administração da garagem.

 

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Os recursos da obra vieram da venda da folha de pagamento dos servidores em 2007, período da gestão do petista Arlindo Chinaglia (SP), quando foram arrecadados R$ 200 milhões. O dinheiro foi transferido para o Tesouro e estima-se que hoje a Casa disponha de R$ 400 milhões. A Câmara pretende vender novamente a folha para angariar mais recursos.

 

Crise

 

Cotado para disputar a presidência da Casa se Cunha for cassado, o atual primeiro-secretário, deputado Beto Mansur (PRB-SP), disse que há pelo menos 30 anos se discute a ampliação da Câmara e que não vê problemas em se iniciar as obras no momento em que o País enfrenta uma grave crise econômica. "Não vamos ficar buscando dinheiro que não seja da Câmara, não vamos pegar dinheiro de áreas sociais", declarou.

 

Os técnicos da Câmara reconhecem que o "Parlashopping" foi inviabilizado porque só duas empresas apresentaram interesse em assumir a obra. A Mesa Diretora entendeu que a PPP não era oportuna devido às críticas e a polêmica do ponto de vista arquitetônico. "A parceria acabou não se viabilizando neste projeto", lamentou Mansur.

 

O principal argumento para a construção de um novo espaço é que a estrutura da Câmara já não comporta mais o fluxo de 22 mil pessoas, chegando em dias de pico ter 30 mil pessoas circulando pela Casa.

 

Na década de 80 foi construído o anexo 4, para abrigar 432 deputados e hoje a Câmara tem 513 parlamentares. De lá para cá também aumentou o número de partidos e comissões permanentes.

 

Mansur alega que não há mais como protelar o início da construção. Em 50 dias os trabalhos de sondagem do terreno devem ser encerrados e na sequência será realizada uma audiência pública e a publicação do edital de licitação para as obras, que devem começar ainda neste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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