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CPI do Carf aprova convocação do empresário Joseph Safra

14:30 | Abr. 26, 2016
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Atualizada às 19h

A CPI do Carf da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 26, a convocação do empresário Joseph Yacoub Safra, acionista majoritário do Banco Safra. A convocação, proposta pelo deputado Altineu Cortês (PMDB-RJ), foi aprovada por 12 votos a dois, após muita discussão entre os integrantes do colegiado. Houve ainda duas abstenções.

 

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Joseph Safra foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) e já é investigado pela Justiça Federal sob a suspeita de envolvimento no esquema de pagamento de propina para influenciar julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda que analisa recursos de cobranças de impostos feitas pela Receita Federal.

 

O esquema é investigado pela Operação Zelotes, deflagrada em março do ano passado pelo MPF, Polícia Federal, Receita Federal e Corregedoria do Ministério da Fazenda. A operação também apura suposta compra de medidas provisórias (MPs) durante o governo Lula para beneficiar o setor automotivo, caso revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

 

Deputados da oposição se posicionaram contra a convocação de Safra. "Ele não é presidente do conselho, é acionista do banco. Para que vamos convocar o acionista? Defendo chamar funcionário do banco, alguém diretamente ligado à administração", questionou o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).

 

O deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), por sua vez, argumentou que a convocação era dispensável, porque o funcionário do banco Safra João Inácio Puga já tinha tido sua convocação aprovada pela CPI. "Quem tem conhecimento do assunto é diretor do banco e não o acionista", afirmou o parlamentar.

 

Lobistas

 

Na sessão de hoje, a CPI do Carf da Câmara também aprovou a convocação dos lobistas Cristina Mautoni e Mauro Marcondes Machado, sócios da Marcondes e Mautoni. Eles são suspeitos de ter feito lobby junto ao governo Lula para aprovar MPs que beneficiaram montadoras.

 

Resposta da JS Administração de Recursos SA

 

Por meio de nota, a JS Administração de Recursos SA afirmou que as suspeitas levantadas pelo Ministério Público são infundadas. “Nenhum representante da JS Administração de Recursos SA ofereceu vantagem para qualquer funcionário público. A JS não recebeu qualquer tipo de benefício no Carf. Portanto, não há justa causa para o processo. O Sr. Joseph Safra não exerce nenhum cargo executivo ou integra a diretoria da JS Administração de Recursos, assim como  de qualquer outra empresa pertencente ao Grupo”, diz o texto.

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