Confio que comissão vai anular este processo de impeachment, diz Cardozo
"É só compararmos os dois processos, enquanto o da presidente saiu a toque de caixa, o de Cunha na Comissão de Ética não teve a mesma agilidade. Isso reforça o argumento do desvio de poder", afirmou. Ele disse ainda que confia que os parlamentares irão "respeitar a constituição" e que a defesa desmontou todos os aspectos da denúncia. "Esse processo, da forma como tem sido feito, qualifica ruptura com o Estado democrático de direito", acusou.
Ele afirmou que, como em todo o processo, a defesa tem de ser notificada de todos os passos da ação, o que não teria ocorrido, segundo Cardozo, quando os denunciantes compareceram à comissão para explicar o que tinham protocolado. Ainda de acordo com ele, na ocasião, os denunciantes abordaram outros temas que não constavam na petição. "A comissão tratou de assuntos estranhos ao delimitado. Isso não pode acontecer. A defesa tinha de ter sido notificada disso para se pronunciar. Isso é mais um vício no processo", argumentou.
Questionado sobre o pedido de impeachment preparado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cardozo disse que ainda não sabe qual é o posicionamento do presidente Eduardo Cunha sobre o pedido - se ele irá acatá-lo ou não. Ele afirmou ainda que esse pedido da OAB, que tem como base a delação feita pelo senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), é inconsistente. "No que diz respeito à presidente e aos ministros, as informações da delação são improcedentes", afirmou.
Ele ainda falou sobre o pedido de oposicionistas que argumentaram que ele não poderia defender a presidente no processo e que exigiam que ela contratasse um advogado particular. "Se a oposição ficou incomodada o suficiente para pedir que a AGU não defenda a presidente Dilma, isso é um bom sinal", disse. Cardozo lembrou que a AGU fez mais de 100 defesas para Fernando Henrique Cardozo e quase o mesmo número de defesas para Luiz Inácio Lula da Silva.
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