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Chico Alencar diz que impeachment serve de lição para a esquerda

02:40 | Abr. 18, 2016
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O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse na madrugada deste domingo que a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é uma "lição" para a esquerda de que não se deve fazer alianças "sem critério". Para Alencar, agora é preciso "juntar os cacos" e se recompor.

"O PT é aquele parente distante que a gente não visitava há muito tempo. Rompemos e agora estamos aqui, vendo o que aconteceu. Lula sempre dizia: 'Nós não podemos errar'. Mas erraram muito além da conta", afirmou o deputado, numa referência à frase dita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2002.

Chico Alencar deixou o PT em 2005, após o escândalo do mensalão. Ele votou contra o afastamento de Dilma na Câmara e disse que nunca imaginou ver um "colegiado tão medíocre". Para ele, porém, o PT precisa recuperar a tradição da autocrítica, repensar o projeto de País e entender "porque o governo está acabando desta maneira".

Mesmo assim, Alencar observou que, como o julgamento de Dilma no Senado não será imediato, logo vão aparecer os "podres" da coalizão formada pelo PMDB do vice-presidente Michel Temer. "O que querem é a troca de síndico do poder que o PT não soube reestruturar, porque acabou aceitando as regras do velho inquilino", comentou o deputado. "É claramente a vitória da direita e do fascismo."

Erundina

Na avaliação da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que foi prefeita de São Paulo pelo PT e também deixou o partido, a autorização dada pela Câmara para abrir processo contra Dilma foi "uma agressão". Apesar disso, Erundina disse ter críticas ao governo, que, no seu diagnóstico, não administrou para o povo, privilegiou o ajuste fiscal e alimentou uma aliança no Congresso "à base de barganha".

"O governo tinha uma maioria circunstancial", comentou Erundina. "Não era nada em torno de um projeto. Eram interesses individuais". Para a ex-prefeita, a única saída de Dilma, agora, é buscar ajuda. "Ela precisa ter uma atitude mais humilde, tomar a iniciativa de chamar todas as forças e admitir as dificuldades. É a única saída", insistiu.

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