Alckmin nega que Alexandre de Moraes assumirá cargo em eventual governo Temer
Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo, na terça-feira, 19, Alexandre de Moraes esteve com o vice-presidente Michel Temer na casa do peemedebista em São Paulo, dando origem a comentários de que teria sido sondado para ocupar o Ministério da Justiça, caso o impeachment da presidente seja aprovado. Na manhã desta quarta, Moraes divulgou nota em que diz ter "admiração e respeito" por Temer, amigo de "mais de 20 anos", mas não foi sondado para qualquer tipo de cargo, "seja no Ministério da Justiça ou na Advocacia-Geral da União."
'Golpe'
Em Campinas, onde lançou o edital de concessão de cinco aeroportos estaduais de aviação executiva, Alckmin disse que o PT não pode alegar que o processo de impeachment contra a presidente petista Dilma Rousseff é golpe. Segundo ele, todo o processo está seguindo "rigorosamente" a Constituição.
"O PT não pode falar em golpe, porque o PT entrou com pedido de impeachment contra o Collor (ex-presidente Fernando Collor de Mello), um pedido de impeachment contra o Itamar (ex-presidente Itamar Franco) e um ou dois contra o Fernando Henrique (ex-presidente Fernando Henrique Cardoso). Só não entrou contra o Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e a Dilma porque eles são do PT. Agora é golpe?", questionou.
Sobre o processo que pode levar ao impeachment de Dilma pelas pedaladas fiscais, o governador disse que sempre defendeu a investigação de todas as denúncias e o cumprimento da Constituição, embora tenha respeito pela presidente e pela instituição da Presidência. "A Constituição está sendo rigorosamente cumprida, aliás, o Brasil está dando uma grande demonstração de maturidade política e de ter instituições sólidas", afirmou.
Ovo
Após o evento em Campinas, Alckmin seguiu para Jundiaí, também no interior de São Paulo, onde um manifestante atirou um ovo em direção ao governador quando ele discursava. O governador falava sobre obras na Rodovia Anhanguera e um grupo protestava ao lado do palanque. Integrantes de sua comitiva foram atingidos pelo ovo. Alckmin não foi atingido, mas chegou a interromper o discurso e olhar na direção dos manifestantes.
O atirador do ovo foi detido por seguranças e levado à uma delegacia da Polícia Civil. Ele vai responder pelo crime de injúria - a polícia não divulgou a identidade do suspeito. A manifestação teria relação com as denúncias de fraude na merenda escolar que envolveriam agentes públicos ligados ao governo tucano.
A Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual, desbaratou uma quadrilha que montava cooperativas de fachada para fornecer produtos - entre eles, ovos - à merenda escolar com preços superfaturados. A Coaf, cooperativa de da cidade de Bebedouro, é acusada de estar à frente do esquema que se infiltrou em 22 prefeituras e mirava a Secretaria da Educação do Estado. Para ganhar os contratos, a cooperativa pagava propina a agentes públicos.
Em Campinas, o governador afirmou que foi o próprio governo que descobriu a fraude, através da Polícia Civil. "Aí o Ministério Público entrou na apuração, que está sendo rigorosa." Alckmin disse que o programa de aquisição de alimentos para a merenda escolar foi criado para beneficiar o pequeno produtor, mas a cooperativa desvirtuou o processo de licitação.
Segundo ele, não há provas do envolvimento de pessoas do governo. "Se houver, será punido." Alckmin afirmou ainda que não houve prejuízo para o Estado. "Os suspeitos já foram presos e, se tiver mais gente envolvida, também vai responder."
São citados nas investigações da operação, contudo, Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", ex-assessor do ex-secretário-chefe da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB) e o ex-secretário estadual de Logística e Transportes, Duarte Nogueira (PSDB).
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