'A noite não foi das mais fáceis para mim', diz FHC
FHC afirmou, em sua palestra, que a corrupção se agravou no País à medida que deixou de ser má conduta de uma pessoa para se tornar uma medida organizada, de fortalecimento de partidos. "O fluxo de recursos hoje é para a manutenção de poder, de partido e, eventualmente, escorrega algum dinheiro para o bolso das pessoas", afirmou, em referência a escândalos como o desvio de dinheiro da Petrobras investigado pela operação Lava Jato. O político ressaltou, contudo, que os órgãos responsáveis para coibir a corrupção também passaram a se organizar.
No início de sua palestra, o ex-presidente relembrou o histórico da democracia brasileira, que, para ele, não é tão nova quanto parece. "Com a Regência vimos uma aproximação entre a ideia, a lei e o povo. E começou a se construir um jogo, e aí passou a se acreditar na lei. O jogo de alternância de poder começou a existir. Se Dom Pedro II fez algo de mais notável, de alguma maneira ele organizou o Estado brasileiro", afirmou.
FHC também relembrou, durante sua apresentação, o trabalho dos integrantes da Constituinte e da elaboração da Constituição de 1988. "Fui membro da Assembleia Constituinte e foi um momento muito rico. Nós vínhamos de um Estado militar e só aspirávamos à liberdade. Na época o sentimento era incorporar mais pessoas à sociedade brasileira", falou. Para ele, na época, houve uma judicialização saudável.
O ex-presidente tucano participa da conferência "Desafios ao Estado de Direito na América Latina - Independência Judicial e Corrupção", promovido pela FGV Direito SP, o Bingham Centre for the Rule of Law (Londres) e o escritório global de advocacia Jones Day.
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