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Petistas cobram de Wagner e Berzoini 'afinamento' em pauta econômica

21:50 | Mar. 01, 2016
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Tipo Notícia
Integrantes da bancada do PT do Senado levaram pessoalmente aos ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria Geral) as queixas do partido referentes à condução do governo na votação do projeto que desobrigou a Petrobras de ser operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal.

A proposta foi aprovada na última quarta-feira, 24, no plenário do Senado, ocasião em que os petistas votaram em peso contra o texto proposto pelo próprio governo. A principal reclamação dos senadores do PT apresentada aos ministros, em encontro realizado ontem no Palácio do Planalto, foi o fato de que projeto final passou pelas mãos do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), e foi diretamente repassado para o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da matéria em plenário.

Segundo relatos, alguns senadores consideraram "inaceitável" a bancada ter sido alijada do processo e ter tomado conhecimento do texto final, costurado pelo Palácio do Planalto, minutos antes da votação.

Apesar das queixas, o tom da conversa foi de "serenidade" e na ocasião houve a avaliação, tanto dos parlamentares quanto dos ministros, de que não pode haver um "divórcio" entre o PT e o Palácio do Planalto.

O atual ambiente entre o partido e a presidente Dilma Rousseff é de desconforto principalmente em relação à condução de temas voltados para a área econômica. Informada de que a ofensiva do PT contra o ajuste fiscal será ampliada, Dilma chegou a cancelar sua participação na festa de 36 anos do partido, ocorrida no último sábado, no Rio.

A disparidade entre o que pensa o governo e o PT sobre o melhor caminho para tirar o País da crise foi aprofundada em reunião realizada hoje entre os integrantes da bancada do PT do Senado. Na ocasião, os senadores apresentaram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), as propostas que defendem como prioridade. Entre elas está a que prevê a tributação de lucros e dividendos; juros sobre capitais próprios; IPVA de jatos e aviões; duplo mandato para o presidente do Banco Central e a revogação da extinção da punibilidade para crimes tributários. Esses temas não estão no escopo do ajuste fiscal defendido por Dilma, que, no caso do governo, deve passar principalmente pela Reforma Previdenciária.

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