Marta contrata tucano como consultor de comunicação
A ex-prefeita, que deixou o PT em abril, disputará a Prefeitura pelo PMDB. O serviço de consultoria de Graziano, que foi antecipado nesta quarta-feira, 9, pela coluna Direto da Fonte, pode se estender até a campanha.
"Se, eventualmente, eu fizer a campanha dela, o objetivo será ganhar do PT e ajudar a virar essa página do Brasil. Não tenho ideia do que vai acontecer no PSDB e não posso pensar nisso. Tenho que trabalhar", afirma Graziano.
Em associação com Maurício Brusadim, que foi aliado da ex-ministra Marina Silva, ele montou uma empresa de reposicionamento digital. Em 2014 a dupla atuou na campanha presidencial de Aécio Neves.
O tucano já apresentou para a senadora uma plataforma de internet que permite a interlocução com líderes dos setores organizados da sociedade civil interessados nas causas da cidade. Na segunda-feira passada, Graziano e Marta fizeram a primeira "roda de conversa" com diálogos diretos. A iniciativa faz parte da estratégia de Marta de aperfeiçoar sua comunicação e preparar o terreno para a disputa municipal.
Em caráter reservado, tucanos admitem que uma eventual candidatura do empresário João Doria à Prefeitura pelo PSDB não contaria com o suporte dos aliados do vereador Andrea Matarazzo, que tem, entre outros, FHC e o senador José Serra ao lado dele nas prévias do partido.
Candidato pelo primeira vez, Doria conta com o apoio do governador Geraldo Alckmin.
Reação
A decisão de Graziano de auxiliar Marta causou reações entre aliados de Doria. "Se ele declarou que, não obstante sua condição de filiado ao PSDB, vai ajudar na configuração da campanha de candidato de outro partido, do ponto de vista da ética partidária me parece injustificável", afirma José Henrique Reis Lobo, ex-presidente do partido na capital.
Graziano garante que não pretende deixar o PSDB caso assuma a coordenação da campanha de Marta Suplicy.
Em caráter reservado, tucanos revelam que profissionais que atuaram em campanhas do PSDB no passado estão "construindo pontes" com a senadora. Apesar de ter sido adversária da legenda no passado, Marta se aproximou de quadros do partido depois de romper com o PT. No Senado, por exemplo, ela mantém uma boa relação com o senador José Serra.
A senadora não quis comentar a contratação de Graziano e a aproximação com setores do PSDB. Antes de ingressar no PMDB, ela negociou sua entrada no PSB. As conversas contaram com o aval de Alckmin.
Aliados do governador vislumbravam a possibilidade de uma aliança. As prévias do PSDB estão marcadas para o dia 20 de março. A pré-candidatura de Doria foi alvo de um pedido de impugnação assinado por aliados de Matarazzo. Ele já avisou que pretende recorrer à Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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