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Lula seria ministro bem-aceito, diz Edinho Silva

18:10 | Mar. 10, 2016
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O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta quinta, 10, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria um ministro "bem-aceito e teria papel fundamental em qualquer governo", mas afirmou que cabe apenas à presidente Dilma Rousseff convidar ou admitir membros do seu governo.

"Evidentemente que se está falando de um ex-presidente que teve a maior aprovação da história do País, é uma das lideranças mais respeitadas do mundo. É evidente que alguém com esse estofo faria bem a qualquer governo", afirmou.

Questionado se Lula conseguiria reduzir a crise política, Edinho disse que há na equipe "lideranças capazes" e comentou que o governo possui ministros que têm feito "um trabalho brilhante" na condução da articulação política.

Edinho disse que Dilma e Lula "tiveram um espaço de diálogo", mas só os dois podem retratar as conversas. "Eu não sei se foi formalizado um convite ou não", afirmou. O ministro disse que Dilma tem muito respeito pelo seu antecessor e reconhece "a capacidade e liderança" de Lula.

PMDB

O ministro evitou comentar sobre a preocupação do governo com a aprovação de uma possível moção durante a Convenção Nacional do PMDB, marcada para o próximo sábado, 12, que aprove o desembarque do partido da base do governo. "O governo tem que tomar tantas decisões no dia de hoje, como tomará amanhã, portanto, o governo se posicionar sobre algo que pode acontecer no sábado neste momento não seria correto", afirmou.

Edinho, entretanto, disse que o governo tem respeito pela convenção do partido. "O PMDB tem autonomia para tomar suas decisões, vamos aguardar antes de elaborar qualquer manifestação", disse.

Questionado se a presidente procuraria o vice-presidente Michel Temer para conversar sobre o assunto, Edinho disse que os dois se falam "frequentemente". "Eles se falam frequentemente, devem ter falado esta semana com certeza, mas eu não sei o tema que eles trataram", disse.

Comunicação

Após participar de audiência com entidades representantes do setor de comunicação social na qual recebeu um ofício que destaca a crescente onda de violência contra profissionais da imprensa e veículos de comunicação, Edinho Silva afirmou que não é possível encontrar "uma origem única" para a intolerância e que o ambiente de radicalização não é bom para o País. "É inegável que estamos num ambiente em que a intolerância cresce", disse. As entidades pediram ao governo providências cabíveis para que os profissionais exerçam livremente a atividade jornalística.

O ministro destacou o compromisso do governo com a liberdade de imprensa e de expressão e disse que encaminhará a manifestação para a presidente Dilma e para o Ministério da Justiça.

O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), Daniel Slaviero, disse que as entidades estão acompanhando com preocupação a escalada de violência contra os profissionais de imprensa, que isso fere o Estado democrático de direito e destacou que, no ano passado, o Brasil passou a ocupar o 5º lugar no ranking de países mais perigosos para o exercício do jornalismo.

"Está tendo um equívoco e estão confundindo veículos de comunicação como protagonistas do processo político e não o são", afirmou Slaviero. Segundo ele, 116 casos de agressões e oito mortes de jornalistas foram registrados em 2015. "Nos primeiros 60 dias deste ano, já são 57 incidentes com a imprensa", afirmou.

Em relação às orientações para as manifestações marcadas para o próximo domingo, 13, Slaviero disse que tem pedido aos veículos que reforcem equipamentos de proteção e segurança para que os profissionais que forem cobrir possam ter segurança para exercer o seu trabalho.

Slaviero disse ainda que uma das medidas solicitadas é que o Ministério da Justiça oriente os policiais a não agredirem os profissionais de imprensa. "Existe um acirramento geral na população. Isso é preocupante e esperamos que isto tenha tratamento adequado. Nosso foco aqui é segurança com profissionais de imprensa".

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