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Aloizio Mercadante nega tentativa de impedir delação de Delcídio

O ministro disse que teve "gesto de solidariedade", mas não tentou interferir na decisão do senador sobre a colaboração
15:27 | Mar. 15, 2016
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O ministro da Educação, Aloízio Mercadante, negou que tenha tentado impedir o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) de assinar acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Ele concedeu coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, 15, após ser homologada e divulgada a delação do senador, com informações de que Mercadante teria tentado interferir na delação.

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"Jamais falei com qualquer ministro do supremo sobre esse assunto ou qualquer outro ligado às investigações", afirmou o ministro de Dilma. Ele disse ainda que não falou com nenhum familiar de Delcídio, não fez proposta financeira e "nunca teve intimidade com ele". A ajuda, segundo ministro, teria sido feita "dentro da legalidade".
[SAIBAMAIS 3]
No depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) homologado no Supremo Tribunal Federal (STF), Delcídio afirma que, durante o período em que esteve preso preventivamente por causa da Operação Lava Jato, seu assessor, Eduardo Marzagão, foi procurado em três ocasiões no mês de dezembro do ano passado por uma a assessora de Mercadante conhecida como Cacá e pelo próprio ministro.

Mazagão gravou as conversas que teve com o ministro, que passou um recado para Delcídio "ter calma e avaliar muito bem a conduta a tomar, diante da complexidade do momento política". O ministro da Educação teria prometido que a situação de Delcídio se resolveria e que o pagamento de honorários com advogados "poderia ser solucionado". O parlamentar disse aos investigadores que o recado era de que o PT bancaria sua defesa.

Mercadante disse que teve um "gesto de solidariedade" com Delcídio e com sua família diante da prisão do senador, mas não tentou influenciar em sua decisão sobre a delação.

Na delação, Delcídio também afirmou que acredita que o ministro agia como emissário da presidente Dilma Rousseff. Segundo o ex-líder do governo no Senado, Mercadante é um dos poucos que possui a confiança da presidente, e que teria dito que "se ela tiver que descer a rampa do Planalto sozinha, eu descerei ao lado dela".

O ministro negou que a presidente tenha interferência sobre as ações de seus ministros. "A presidente não tem qualquer responsabilidade", pontuou. Ele disse também que permanecerá no governo "enquanto tiver a confiança de Dilma".

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Redação O POVO Online
com informações da Agência Estado

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