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Relator da CPI dos Fundos deve pedir indiciamento de presidente do TrendBank

18:10 | Fev. 16, 2016
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O relator da CPI do Fundos de Pensão, deputado Sérgio de Souza (PMDB-PR), informou nesta terça-feira, 16, que deverá incluir em seu parecer final o pedido de indiciamento do presidente do TrendBank, Adolpho Mello.

"Provavelmente ao final esse será um dos que a CPI indiciará e encaminhará à Justiça para adoção das medidas cabíveis", ressaltou Souza após deixar a sessão realizada pela CPI, em que Mello prestou depoimento. "A Trendbank é um dos fundos de investimentos que geraram prejuízos substanciais aos fundos de pensão. No caso da Postalis (dos funcionários dos Correios) e da Petros (dos funcionários da Petrobras) algo que ultrapassa os R$ 42 milhões, sem falar no lucro prometido que foi zero", ressaltou o relator.

A Trendbank é suspeita de ter feito aplicações incorretas e realizado malversação de recursos financeiros dos fundos de previdência complementar.

"Ficou claro que a diretoria da Trendbank participou efetivamente de uma fraude", afirmou o relator durante a sessão na CPI. "Ao final, tanto a Petros quanto a Postalis tiveram um prejuízo que não tem como recuperar porque não tem garantia. Não foi feito pela Trendbank o devido suporte documental para dar a garantia", afirmou o deputado Sérgio de Souza.

Vaccari

Durante a Operação Lava Jato, a Polícia Federal encontrou em computadores de pessoas ligadas ao doleiro Alberto Youssef mensagens que fazem referências ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Netto, em uma aplicação de R$ 73 milhões das fundações Petros e Postalis, feita em 2012, no fundo de crédito Trendbank.

Durante a sessão, Adolfo Mello negou ter tido qualquer contato com o ex-tesoureiro do PT. "Não conheço. Nunca vi. Só fiquei sabendo do Vaccari pelos jornais. Até então, não sabia nem que ele existia", disse Mello. O ex-tesoureiro do PT participou de sessão da CPI no último dia 3, ocasião em que permaneceu calado.

Além do depoimento do dono da Trendbank, também estava prevista para hoje a oitiva do sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobrás. Sobrinho não compareceu. Antes do início da sessão foi apresentada como justificativa para a sua ausência um atestado de óbito da irmã.

Prorrogação

Os trabalhos na CPI devem ser retomados na próxima quinta-feira (18), quando deverá ser apresentado um requerimento com pedido de prorrogação das atividades por mais 60 dias. Inicialmente, o prazo para a votação do relatório final se encerra em 19 de março.

"Eu acredito que tecnicamente os argumentos da CPI são plausíveis e justificam a prorrogação. Se o governo se posicionar contrário é por critério político, com medo de chegar a figuras como os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Edinho Silva (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), o ex-ministro Carlos Gabas, entre outros, que começam a aparecer nas investigações", afirmou o presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB).

Na próxima sessão do colegiado também está prevista a votação de requerimento de convocação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. O ministro entrou na mira da CPI dos Fundos de Pensão após o jornal "O Estado de S. Paulo" divulgar mensagens de celular nas quais ele supostamente atua na Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, para favorecer a OAS. Na época, Wagner era governador da Bahia.

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