Oposição diz que só retomará criação da comissão após STF julgar embargos
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e líderes partidários solicitaram uma audiência com o presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, para tirar dúvidas sobre a decisão do STF a respeito do rito do impeachment. Os deputados vão pedir que o STF julgue os embargos com a mesma brevidade com que julgou o rito. "Vamos retomar a comissão quando o julgamento estiver concluído", avisou Araújo.
O tucano destacou que a garantia de inscrição de chapa alternativa é "posição pétrea" para os partidos de oposição e considera impossível conceber a "ditadura" de uma chapa única. Para ele, é razoável que haja disputa entre chapas. "O Congresso é a Casa da democracia. Na divergência, se resolve no voto", concordou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).
O líder do DEM defendeu seu projeto de resolução para permitir regimentalmente que haja a inscrição de candidatura alternativa. Para Mendonça, sua proposta "consagra no regimento a figura histórica da candidatura avulsa". Ele declarou que sua proposta não é uma afronta ao STF, e sim uma adaptação à decisão da Corte. O deputado alegou que cabe ao Parlamento suprir a deficiência do regimento.
Os oposicionistas precisam de 257 votos para pedir que o projeto de resolução tramite em caráter de urgência. "Vamos ter o apoio da maioria (para aprová-lo)", disse Mendonça.
O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), acusou a oposição de não querer acatar a decisão do STF. "Eles sofreram uma extraordinária derrota. Tem gente que não quer cumprir decisão do STF. Era só o que faltava", declarou.