Araújo chama de 'golpe' interferência da Mesa da Câmara no Conselho de Ética
Araújo classificou como "golpe" a decisão do vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA) de retirar Pinato da função. "Acho que isso é golpe. Não podemos continuar numa Casa em que a cada instante reformula-se as decisões", desabafou.
Membros da Mesa Diretora reclamaram por não terem sido avisados previamente da decisão de Maranhão de destituir Pinato da relatoria do processo contra Cunha. Eles afirmaram que o assunto não foi discutido durante a reunião da Mesa desta tarde e dizem que só ficaram sabendo da decisão pela imprensa já durante o encontro.
"O assunto nem foi colocado na reunião. Foi uma decisão monocrática", afirmou Luiza Erundina (PSB-SP). Na avaliação da deputada, a decisão de Maranhão foi mais uma "manobra" de Cunha para interferir no processo contra ele no colegiado. O peemedebista é alvo de representação por quebra de decoro parlamentar no colegiado sob suspeita de ter mentido à CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas secretas na Suíça.
A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) ressaltou que a decisão do vice-presidente da Câmara foi monocrática, pois ele sequer participou da reunião. "Dizer que foi decisão da Mesa é uma viagem", disse. Ela evitou, contudo, avaliar a decisão de Maranhão como uma "manobra" de Cunha para se salvar no Conselho de Ética.
O primeiro secretário da Mesa, deputado Beto Mansur (PRB-SP), afirmou que durante a reunião da Mesa foram tratadas apenas questões administrativas da Casa, como a divisão de apartamentos funcionais, abonos de faltas e viagens para missões oficiais. "Absolutamente nada disso (decisão sobre Pinato) foi discutido na reunião da Mesa", disse.