Nizan Guanaes diz que Dirceu lhe prestou consultoria econômica
Nizan foi questionado pelo Ministério Público Federal sobre o tipo de consultoria prestado pela JD Assessoria e Consultoria, de propriedade de Dirceu. "Sobretudo de cenário econômico. Embora, evidentemente, sempre você pergunta sobre aquelas coisas do político que vão refletir em você", disse.
A Lava Jato investiga se contratos de consultoria da JD serviram para "esquentar" dinheiro de propina. José Dirceu está preso desde 3 de agosto quando foi deflagrada a Operação Pixuleco, 17ª fase da Lava Jato. Nizan depôs como testemunha de defesa do ex-ministro.
Durante o depoimento, o publicitário afirmou que os pagamentos a Dirceu foram feitos "absolutamente dentro da lei, declarados". Nizan Guanaes disse que Dirceu não ofereceu vantagens indevidas a ele.
À Justiça, o publicitário contou que conheceu Dirceu em um jantar na casa do ex-ministro do Turismo Walfrido dos Mares Guia (Governo Lula). "Começamos a conversar, tínhamos uma relação bastante distante, porque militamos em partidos diferentes. E foi aí que nós começamos a ter um convívio."
Segundo Nizan Guanaes, as consultorias de José Dirceu foram feitas da mesma maneira com que são realizadas outras assessorias ao grupo. "Como os outros consultores que a gente tem. São eventuais e são apresentações em que a pessoa mostra, faz uma exposição e te dá orientações. A gente perguntava muito sobre mercado interno, sobre a expansão que a gente queria na América Latina, sobre esse nível de questão. Nós temos hoje uma série de consultores, é importante ter, consultor de cultura, consultor na área de gente, também consultor na área de cenário."
O publicitário afirmou também que Dirceu não angariou clientes para suas empresas. "De jeito algum, de jeito algum. Esse não é nosso estilo, nossa cultura e isso é público, sr. juiz. O sr, inclusive, pode questionar isso no mercado. Não está nem na nossa cultura. A vida inteira nós somos eminentemente voltados para o mercado de clientes privados."