Diretor da Câmara que reclamou de pressão de aliado de Cunha é exonerado
O servidor teria resistido a entregar documentos referentes a um caso de 2014 contra o atual líder do PSOL ao deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade. Paulinho da Força, como é conhecido, pediu cópia de um processo já arquivado sobre doações que Alencar recebeu de funcionários de seu gabinete na última campanha eleitoral.
O deputado do PSOL (partido que, junto com a Rede Sustentabilidade, ingressou com processo contra Cunha no Conselho de Ética) foi informado da demanda no Cedi e protestou no plenário contra a ação de Paulinho, aliado próximo do peemedebista. Os documentos entregues a Paulinho serviram de base para a representação contra Alencar por quebra de decoro parlamentar. O processo de Alencar chegou hoje ao Conselho de Ética.
"Tenho certeza que ele (Furtado) foi punido. É uma maldade, uma tremenda injustiça", disse Chico Alencar. "O ambiente na Câmara é de perseguição. Cunha usa o cargo de forma nada cristã", emendou.
Furtado integrará agora a equipe de consultores da Casa, mesmo destino do ex-diretor da área de Informática, Luiz Antonio Souza da Eira. O funcionário foi destituído da área de Informática após a revelação de que o hoje presidente da Câmara foi autor de requerimentos que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), teriam servido de instrumento de pressão para pagamento de propina.
Insatisfação
Além das mudanças na direção da Câmara, os servidores se irritaram hoje com a nova determinação para que todos os frequentadores da Casa, com exceção dos parlamentares, sejam obrigados a passar por detectores de metal. O Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis) anunciou que está preparando um questionamento a ser encaminhado à Justiça Federal do Distrito Federal contra o que chama de "constrangimento" e ação "maquiavélica" da presidência da Câmara.
"Todas as mazelas acometidas à estrutura material e de recursos humanos da Câmara dos Deputados têm realmente sido produto de um processo decisório arbitrário e unilateral do Presidente Eduardo Cunha", diz a nota do Sindilegis divulgada na tarde desta sexta-feira, 6. "A Câmara não precisa de detector de metais, a Câmara precisa de detector de mentiras!", finaliza a mensagem.