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Debate O POVO é realizado com candidatos à presidência da OAB

19:53 | 17/11/2015
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Atualizada às 23h30
Os candidatos à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) participaram do debate promovido pelo Grupo de Comunicação O POVO, na noite desta terça-feira, 17, com transmissão ao vivo e simultânea na TV O POVO e na rádio O POVO/CBN. O programa estava previsto para ocorrer entre 20h e 22h desta quarta-feira, 18, mas por conta de uma decisão da Comissão Eleitoral, que entendeu que não poderia haver debate 72 horas antes da eleição, O POVO foi obrigado a antecipá-lo.

Dos cinco candidatos à presidência da OAB, quatro conseguiram ajustar suas agendas e compareceram ao Debate O POVO. São eles: Guilherme Rodrigues, Edson Santana, Júlio Ponte e José Colares Filho. O candidato Marcelo Mota informou que não poderia participar por causa de conflitos na agenda, visto que estaria em campanha em Juazeiro do Norte.

O debate foi realizado em quatro blocos, sendo os três primeiros usados para o confronto direto entre os candidatos, na forma tradicional em que um participante perguntará para o outro, com réplica e tréplica, com temas da escolha livre. O último bloco foi integralmente dedicado às considerações finais. O encontro foi mediado pelo jornalista Fábio Campos.

Abaixo, os principais momentos de cada bloco:

1º bloco
No primeiro bloco do debate, os candidatos debateram sobre temas como a situação do jovem advogado, a morosidade do judiciário e a construção da nova sede da OAB.

Júlio Ponte abriu a rodada perguntando para José Colares sobre a obra da nova sede da OAB, na qual ele descreveu como “faraônica”. Segundo Colares, a próxima gestão será crucificada. "Quem pagará a consequência de custo alto é o advogado que vive da militância e da advocacia. Vai ser uma tarefa árdua para a próxima gestão, mas vamos arrumar tudo para não prejudicar a classe da advocacia. Vamos começar a gestão 2016-2018 com déficit nos cofres da OAB", disse Colares.

Na réplica, Ponte reforçou a crítica a atual gestão sobre as obras realizadas. "Causa extrema preocupação da construção da nova sede, de R$ 25 milhões, entre tantas outras construções feitas nos últimos três anos. Há uma preocupação na forma de pagamento, visto que a única fonte de receita da OAB é a anuidade cobrada. Precisamos fazer uma auditoria das contas dessa obra da OAB", relatou.

Na rodada seguinte, Colares perguntou para Guilherme Rodrigues o que o candidato pretende fazer para beneficiar os profissionais da área e sanar a morosidade do judiciário. "Em primeiro lugar, garantir que as prerrogativas sejam respeitadas. Não adianta o cidadão dispor de lei que não dá garantia ao direito fundamental, sem que haja profissional para defendê-lo. Entendo que temos buscar um novo sistema, formas alternativas para desafogar o judiciário. O sistema de Justiça precisa de equilíbrio. O jovem advogado com dificuldade no mercado está migrando para o concurso público. Ele faz concurso e não tem habilidade para tal função", respondeu Guilherme.

Em seguida, foi a vez de Edson Santana responder a Guilherme Rodrigues ao questionamento sobre denúncias de que alguns candidatos estariam recrutando jovens advogados para fazer volume nas campanhas. "Repudio a exploração de quem quer que seja. Às vezes ficam recebendo chamadas e entregando panfletos no sol. Não estamos afeitos à OAB do cimento, mas à OAB do sentimento. Estamos sofrendo muito nos últimos anos com o abandono da OAB e da classe, sobretudo dos advogados jovens", respondeu Santana.

2º bloco
No segundo bloco, os candidatos Edson Santana e Júlio Pontes fizeram o debate mais acalorado da rodada. Entre os temas abordados, estão o piso salarial da categoria e a execução de advogados por questões de inadimplência com a anuidade da OAB.

Colares abriu a rodada do segundo bloco questionando o que Edson Santana havia feito para garantir o "piso salarial justo" para os advogados. "Nos últimos quatro anos, estivemos lutando de forma intensa pelo piso salarial. Por outro lado, existem os grandes escritórios que não garantem o direito dos jovens advogados", afirmou Edson.

Na rodada seguinte, Edson Santana e Júlio Ponte promoveram a discussão mais intensa do bloco. Com direito de pergunta, Edson acusou Júlio de estar licenciado do trabalho e de "receber sem trabalhar", e pediu explicações. "Você não conhece com propriedade o estatuto do servidor e não sabe nada sobre o serviço público. A lei garante que cada integrante do conselho fiscalizador de entidade de classe, como no caso da OAB que já tenho 16 anos, tenha o direito de afastamento. Da mesma maneira, o estatuto do servidor público garante a quem presta assessoria jurídica parlamentar, e presto este serviço há mais de 20 anos. Adentramos com queixa de crime, e essas pessoas (que estão o acusando) vão responder criminalmente por acusações levianas", disse Ponte.

Depois, Guilherme Rodrigues comentou sobre as execuções dos advogados que não possuem condições de pagar anuidade, em resposta ao questionamento de Júlio Ponte. "É um procedimento errado. Não se faz a execução de inadimplência sem antes saber o que acontece. Esta gestão atual é ultrapassada e, quem quer que seja o candidato da OAB, não pode ter uma mentalidade desse nível", afirmou.

3º bloco
No terceiro bloco, os candidatos focaram no discurso de independência da OAB e criticaram a atual gestão. Além disso, Guilherme Rodrigues e Colares Filho questionaram as "campanhas milionárias" de Júlio Ponte, Marcelo Mota e Edson Santana e as pesquisas encomendadas sobre a disputa eleitoral sem a presença da dupla. O piso salarial dos advogados também foi tema de debate entre Edson e Júlio.

4º Bloco (Considerações finais)
Júlio Ponte | "Quero agradecer ao adovgado e a advogada que está nos assistindo. Nosso movimento OAB de Verdade não visa apenas combater o continuísmo. Não visa apenas combater a situação escandalosa como a venda de liminares. Queremos a independência da nossa entidade. O brilho do advogado pela profissão tem que voltar a ser protagonista e jamais testemunha da história".

Edson Santana | "Gostaria de falar com você olhando nos seus olhos. Durante toda a jornada, pudemos apresentar nossas propostas e irmos com nossa verdade ao seu encontro. Queremos mostrar com nossa coragem os desafios prontos. Eles tiveram a chance. Precisamos apostar no futuro".

Colares Filho | Não tivemos tempo de mostrar nossas propostas, mas tivemos tempo de mostrar nossa vida jurídica, na qual sempre estivemos ao lado dos advogados. Conseguimos evitar a greve e o prejuízo aos advogados".

Guilherme Rodrigues | O debate foi parido com muito sacrifício. A chapa da situação não tem coragem de debater, de olhar olho no olho, de dizer ao advogado sobre esse tempo de esquecimento, de fazer a OAB um grande escritório de interesse de poucos. Isso vai acabar. A OAB vai voltar a protagonizar grandes temas da sociedade".

Ao final do debate, o candidato Marcelo Mota compareceu à sede do Grupo de Comunicação O POVO, apresentando o bilhete da companhia aérea Avianca para justificar sua presença em Juazeiro do Norte, o que impossibilitou a participação no programa.

Marcelo comentou sobre os questionamentos feitos à sua candidatura durante as discussões entre os outros quatro postulantes, como no caso da construção da nova sede da OAB. Mota afirmou que as contas são transparentes.

Além disso, Marcelo respondeu aos comentários sobre a falta de independência em sua chapa. O candidato relatou que há “pluralidade” nas pessoas envolvidas na sua campanha e negou aproximação com partido político.

Redação O POVO Online

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