O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), avaliou nesta quarta-feira, 25, que o passo seguinte à votação sobre a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) é a cassação de seu mandato.

"Eu acho que esse será o passo seguinte. Vamos cada dia com sua agonia. Precisamos avaliar hoje sobra a prisão ou não de sua prisão, mas, ato contínuo, queremos nos manifestar no Conselho de Ética também sobre esse episódio, garantindo, obviamente, o devido processo legal"

Questionado sobre a cassação, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), foi mais comedido. "Obviamente, com base na leitura dos autos que foram objeto dessa decisão do Supremo Tribunal Federal, é natural que essa situação tenha um encaminhamento no Conselho de Ética do Senado". O tucano destacou, no entanto, que a prioridade hoje é definir se a prisão de Delcídio será mantida ou não.

De acordo com Cássio, a prisão deve ser mantida porque, pelos áudios, ficaram comprovados crime continuado e organização criminosa, além da coação de testemunhas. "A lei é dura, mas é a lei. A decisão do Senado deve ser a de acatar a decisão do relator da Lava Jato, que conhece muito mais os detalhes desse processo". Decidir pela liberação do senador petista seria, segundo Cássio, "um tapa na cara da população brasileira".

Representantes da oposição se reuniram esta tarde na liderança do PSDB para tirar uma posição conjunta sobre a prisão do senador petista. A posição "conjunta e coesa", de acordo com o presidente do PSDB, Aécio Neves, é manter a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF). Também decidiram pela votação aberta. "Se não há a excepcionalidade para aquilo que votamos recentemente, deve prevalecer o legislador e o que determina a Constituição, que é o voto aberto", defendeu Aécio.

"Nenhum de nós comemoramos o que está acontecendo, mas é a hora de pensarmos nas nossas instituições. São elas, fortalecidas e independentes, cumprindo o seu dever, que vão nos levar à superação dessa crise", declarou Aécio Neves.

Votação

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decretou a prisão preventiva de Delcídio já chegou ao Legislativo. O presidente em exercício e primeiro-vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), informou que a sessão para decidir sobre o relaxamento da prisão de Delcídio estava prevista para as 17h.