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Líderes ligados a Cunha anunciam afastamento do PMDB do maior bloco da Câmara

20:10 | 07/10/2015
Lideranças partidárias ligadas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciaram nesta quarta-feira, 7, o afastamento do PMDB do maior bloco da Câmara. O novo grupo será formado pelos partidos PP, PTB, PSC, PHS, que juntos permaneceram como maior bancada da Casa com 82 deputados. A união do grupo com o PMDB foi costurado no início do ano para eleger Cunha presidente da Câmara.

"Fomos informados ontem que o PMDB ia sair do bloco e nós mantivemos o bloco com a mesma harmonia do começo da legislatura", afirmou o líder do PP, deputado Eduardo da Fonte (PE). Questionado sobre qual foi a alegação do líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), para deixar o grupo, Eduardo da Fonte respondeu: "Fomos comunicados. Só isso". O deputado deve assumir inicialmente a liderança do novo bloco. O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), deixou nas entrelinhas, entretanto, o real motivo do isolamento do PMDB. "O PMDB decidiu sair do bloco. Entendemos a posição do deputado Picciani e seus deputados. Mas entendemos também que temos bancadas em que se precisa discutir, harmonizar, precisa estarem absolutamente sincronizadas em relação aos problemas de cada um dos parlamentares. Queremos respeito, queremos ter participação", ressaltou Arantes.

O discurso de que o PMDB tomou a iniciativa de deixar o grupo, segundo relatos, foi a "saída honrosa" que os líderes encontraram para não terem que anunciar uma "expulsão" do líder peemedebista. Um dos principais motivos alegados nos bastidores para o rompimento com Picciani foi a condução da reforma ministerial em que os demais partidos do bloco não foram consultados a respeito das negociações realizadas com a presidente Dilma Rousseff. Das conversas com a petista, Picciani assegurou a prerrogativa de indicar os ministros de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (RJ), e da Saúde, Marcelo Castro (PI), que detém o maior orçamento da Esplanada.

Recondução

Numa contraofensiva à ação de Cunha e lideranças partidárias que tentam isolá-lo, Picciani também iniciou nesta quarta-feira um corpo a corpo com parlamentares do partido para tentar assegurar a sua recondução na liderança no próximo ano. Aproveitando a presença de alguns integrantes da bancada na sessão do Congresso de hoje, Picciani abordou pessoalmente parlamentares informando que tentará permanecer na liderança, cargo que deve ocupar até o início do próximo ano. "Ele foi me comunicar que é candidato à reeleição. Disse que tenho todo o respeito por ele, que temos que mantê-lo no cargo até o fim do mandato da liderança", afirmou à reportagem o deputado José Fogaça (PMDB-RS), um dos que foi abordado por Picciani.

Segundo

Paralelo do isolamento do PMDB, integrantes do PR, PSD e Pros estão em conversas avançadas para formar um novo bloco. Caso as negociações prosperem, o novo grupo terá 79 deputados, tornando-se o segundo maior grupo da Casa. O grupo deve manter a postura governista, mas deixa o Planalto em alerta por causa de insatisfações com a reforma ministerial e de manifestações críticas feitas hoje de maneira isolada.

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