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Joaquim Levy deixa reunião no Palácio do Alvorada sem falar com a imprensa

18:30 | 16/10/2015
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixou perto das 18h desta sexta-feira, 16, o Palácio do Alvorada sem falar com a imprensa. Visivelmente contrariado, sem gravata e apressado, ele chegou ao ministério e evitou fazer comentários sobre sua possível saída da Pasta. Ele estava em reunião desde as 15h com a presidente Dilma Rousseff e os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento). Ao entrar, abordado por jornalistas, Levy limitou-se a dizer que "a reunião acabou".

 

Os três ministros fazem parte da junta orçamentária e, oficialmente, o encontro teve o objetivo de discutir a necessidade de rever a meta fiscal desse ano, além de definir as prioridades da agenda legislativa. Desde ontem, circulam rumores sobre uma saída de Levy do governo.

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Mais cedo, o Ministério da Fazenda divulgou uma nota negando que Levy havia preparado uma carta de demissão para entregar para a presidente.

 

Nos últimos dias, aumentou muito a pressão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de parlamentares do PT e de sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pela demissão de Levy. Eles entendem que o ministro mantêm discurso excessivamente concentrado no ajuste fiscal e tem visão de tesoureiro, e não uma perspectiva mais ampla da política macroeconômica. Isto é, Levy não seria capaz de conduzir o País para além do ajuste fiscal, num cenário de crescimento e agenda positiva.

 

Junto a presidente Dilma, no entanto, Levy sempre teve mais prestígio. No último dia 3 de setembro, Levy chegou a postergar seu embarque para a Turquia, onde participaria de reunião dos ministros de finanças dos países do G-20, para reunir-se com Dilma - na época, a pressão de Lula, do PT e da CUT já era muito grande. Dilma prestigiou Levy, que, desde então, atravessou período de relativa calmaria no cargo, até a pressão voltar a se intensificar, na última semana.

 

Segundo auxiliares do ministro, Levy ficou descontente com as sucessivas críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução da política econômica, mas deve permanecer no cargo até o fim do ano.

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