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FHC diz que não há tentativa de golpe e que PSDB é prudente na oposição

23:00 | 26/10/2015
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que o seu partido, o PSDB, tem sido "bastante prudente" na oposição ao governo Dilma Rousseff e refuta que a legenda tente "qualquer alternativa" para tirar a petista do poder. "Se houver impeachment no Congresso, se houver razões, vai votar", disse no programa Roda Viva da TV Cultura, sobre o comportamento que o PSDB adotaria em eventual processo de afastamento contra a presidente da República.

Sobre a ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cassar a chapa de Dilma e do vice Michel Temer (PMDB), FHC rechaçou a classificação petista de que seria uma tentativa de golpe. "O PSDB se sentiu lesado e foi à Justiça por abuso de poder econômico na campanha. A lei é a lei, não é que o PSDB queira isso."

Para o tucano, o Brasil hoje não corre qualquer risco de golpe pois as ações da oposição e do governo seguem a Constituição como "roteiro".

O ex-presidente repete sua tese de que já "passou da hora" de haver um "congresso de cardeais" que reúna os nomes mais fortes de diferentes setores e partidos para tirar o País da crise política e econômica em que se encontra.

Renúncia com grandeza

Fernando Henrique voltou a sugerir também que Dilma Rousseff poderia recorrer a uma "renúncia com grandeza", em que colocasse na mesa a renúncia com um prazo de um ano, por exemplo, na condição de, em troca, ter do Congresso o compromisso de aprovar reformas essenciais ao País.

Para o ex-presidente, falta rumo ao governo Dilma e capacidade de diálogo. "Eu governei porque tinha um objetivo, um programa, apoiado pelo PSDB e também pelos partidos coligados. Acima de tudo, governei porque falei o tempo todo à Nação", afirmou. FHC repetiu ainda que o governo petista não está mais num presidencialismo de coalizão para ficar refém de um presidencialismo de "cooptação". "Hoje a política dança o ritmo da crise econômica e da Lava Jato, não estão conduzindo, estão sendo conduzidos", afirmou.

O tucano disse que atualmente não tem uma posição institucional, um cargo, para tomar uma iniciativa mais clara pelo País, mas defendeu o papel desempenhado pelo PSDB.

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