Cunha: Câmara pode apoiar mudança na Previdência para quem está começando
"Se mostrar que vai fazer (a mudança) para novos que estão começando, é viável. Se disser que vai mudar o direito adquirido de quem está perto de se aposentar, é mais difícil (ser aprovada)", afirmou o peemedebista em entrevista à imprensa. Cunha avaliou que a proposta do governo é uma "pauta boa" para o Brasil, pois o déficit da Previdência Social deverá aumentar a cada dia em razão do aumento da expectativa de vida da população. "Se não atacarmos o problema da previdência, não vamos resolver o futuro deste País", disse.
Preocupada em mostrar que não está de braços cruzados com o aumento do rombo das contas públicas, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff está tentando acelerar as mudanças nas regras da Previdência Social com o objetivo de conter os gastos e pode não esperar o debate das centrais sindicais e dos movimentos sociais no fórum criado com esse objetivo. A ideia do governo seria apresentar a mudança na idade em novembro, diretamente ao Congresso Nacional.
Em entrevista mais cedo, o ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, confirmou as discussões sobre o tema, porém disse que "não há nenhuma definição" sobre a proposta. "Estamos construindo nossa posição sobre o aperfeiçoamento do sistema previdenciário brasileiro, extraordinário patrimônio da sociedade brasileira", afirmou. Ele também descartou que a proposta será enviada ao Congresso sem debate prévio com os movimentos sociais e com a sociedade civil em geral.
O Brasil é um dos poucos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que não estipula uma idade mínima para aposentadoria. Numa lista de 35 nações da OCDE, o País tem a menor idade média para aposentadoria: 57,5 anos. A média é considerada muito baixa para honrar os pagamentos dos benefícios no futuro. Os outros países da organização têm média de 64,2 anos. O governo brasileiro defende que a experiência internacional aponta idade mínima próxima de 65 anos.