Após pedido de afastamento, líderes da oposição se reúnem "em apoio ao TCU"
Para a oposição, a tentativa de afastar Augusto Nardes da relatoria das contas de Dilma constitui um ataque ao TCU

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, pediu o afastamento do relator Augusto Nardes do processo de apreciação das contas de 2014 do governo. Para a oposição, a tentativa de afastar o ministro constitui um ataque ao TCU.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, disse que a visita foi um ato de desagravo aos ministros e ao corpo técnico do TCU. Para ele, ao levantar a suspeição de Nardes, o Executivo está colocando em cheque o trabalho de “técnicos concursados e qualificados, que têm o respeito da sociedade brasileira”. “Essa arguição de suspeição, houve um precedente, quando da compra de Pasadena [refinaria adquirida pela Petrobras], que não foi acatada pelo TCU”, disse.
[SAIBAMAIS 3]Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves disse que há uma tentativa de intimidação da corte. “Na ausência de argumentos técnicos aceitáveis, o governo parte para a intimidação”. O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse que a atitude do governo é “chicana jurídica”, como é chamada a tentativa criar dificuldade em processos jurídicos com base em detalhe ou ponto irrelevante.
Estiveram também com Aroldo Cedraz os líderes do DEM na Câmara e no Senado, Mendonça Filho e Ronaldo Caiado. O encontro com o presidente do TCU durou cerca de uma hora e Aroldo Cedraz não falou com jornalistas após receber representantes da oposição.
Governo Federal
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu ontem, após cerimônia de posse dos novos ministros no Planalto, a acusação de que o pedido de suspeição do relator seria tática para atrasar o julgamento das contas do governo. “Não há nisso [no pedido apresentado pelo governo] uma medida protelatória; há uma medida de cumprimento daquilo que nós achamos correto”, disse.
Segundo Cardozo, Nardes antecipou o voto antes de o tribunal apreciar as contas, o que contraria a Lei Orgânica da Magistratura. Ele acusou a oposição de querer “no tapetão conseguir um resultado que não conseguiram nas urnas”.
Segundo a assessoria de imprensa do TCU, o pedido de suspeição entregue pela Advocacia-Geral da União será analisado nesta quarta-feira, 7, na mesma sessão em que está prevista a apreciação das contas do governo.
Agência Brasil