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Após pedido de afastamento, líderes da oposição se reúnem "em apoio ao TCU"

Para a oposição, a tentativa de afastar Augusto Nardes da relatoria das contas de Dilma constitui um ataque ao TCU

18:18 | 06/10/2015
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Líderes da oposição na Câmara dos Deputados e no Senado, além de presidentes de partidos contrários ao governo, reuniram-se nesta terça-feira, 6, com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz. Segundo eles, o objetivo foi manifestar apoio ao tribunal.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, pediu o afastamento do relator Augusto Nardes do processo de apreciação das contas de 2014 do governo. Para a oposição, a tentativa de afastar o ministro constitui um ataque ao TCU.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, disse que a visita foi um ato de desagravo aos ministros e ao corpo técnico do TCU. Para ele, ao levantar a suspeição de Nardes, o Executivo está colocando em cheque o trabalho de “técnicos concursados e qualificados, que têm o respeito da sociedade brasileira”. “Essa arguição de suspeição, houve um precedente, quando da compra de Pasadena [refinaria adquirida pela Petrobras], que não foi acatada pelo TCU”, disse.

[SAIBAMAIS 3]Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves disse que há uma tentativa de intimidação da corte. “Na ausência de argumentos técnicos aceitáveis, o governo parte para a intimidação”. O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse que a atitude do governo é “chicana jurídica”, como é chamada a tentativa criar dificuldade em processos jurídicos com base em detalhe ou ponto irrelevante.

Estiveram também com Aroldo Cedraz os líderes do DEM na Câmara e no Senado, Mendonça Filho e Ronaldo Caiado. O encontro com o presidente do TCU durou cerca de uma hora e Aroldo Cedraz não falou com jornalistas após receber representantes da oposição.

Governo Federal

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu ontem, após cerimônia de posse dos novos ministros no Planalto, a acusação de que o pedido de suspeição do relator seria tática para atrasar o julgamento das contas do governo. “Não há nisso [no pedido apresentado pelo governo] uma medida protelatória; há uma medida de cumprimento daquilo que nós achamos correto”, disse.

Segundo Cardozo, Nardes antecipou o voto antes de o tribunal apreciar as contas, o que contraria a Lei Orgânica da Magistratura. Ele acusou a oposição de querer “no tapetão conseguir um resultado que não conseguiram nas urnas”.

Segundo a assessoria de imprensa do TCU, o pedido de suspeição entregue pela Advocacia-Geral da União será analisado nesta quarta-feira, 7, na mesma sessão em que está prevista a apreciação das contas do governo.

Agência Brasil
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