Após anunciarem a desfiliação do PSB, o ex-parlamentar Sérgio Novais e a ex-deputada estadual Eliane Novais comentaram, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 24, as razões para a saída. Ambos criticaram a administração da direção nacional e demonstraram insatisfação com os rumos do partido apesar “dos anos de dedicação”. Os irmãos, no PSB há 30 anos, ainda não anunciaram para que partido devem seguir.

Sérgio Novais foi mais objetivo e criticou ter sido preterido para ocupar os principais cargos na legenda. "Na estrutura partidária, nós temos três cargos fortes: a presidência; a secretaria-geral, que comanda a parte administrativa, burocrática e política do partido; e o da secretaria de finanças. Essa é a estrutura que funciona, o resto é composição política, a vice-presidência é simbólica, e nós fomos excluídos dessas três”, afirmou.
[SAIBAMAIS 3]
Nota divulgada na noite da quarta-feira, 24, pelos irmãos, afirma que o partido não respeitou a correlação de forças internas ao "excluir" Sérgio e Eliane do processo de reorganização do PSB no Ceará com a filiação do deputado Danilo Forte. Além disso, afirma que a “incapacidade política” de Carlos Siqueira “asfixiou” os irmãos Novais dentro da sigla. Mesmo assim, hoje, Sérgio negou que a saída tem relação direta com a chegada do deputado federal.

"Não tenho nada contra o Danilo, a história dele está aí, quem quiser investigar… Não tem nada a ver com Danilo, a motivação não é a entrada dele, a motivação é o descontrole, o desequilíbrio que a nacional impôs e está impondo em alguns locais”, disse.

Ontem, Danilo disse ter sido pego de surpresa pela saída dos Novais do PSB. O presidente nacional, Carlos Siqueira, destacou ter oferecido vice-presidência a Sérgio. “Não quero ser o dono do partido, quero criar espaço de debate. Estou com o cargo de vice-presidente (do PSB Ceará) em aberto. O Sérgio só queria o cargo de tesoureiro do partido, mas eu queria colocar uma pessoa com experiência nesta área”, comentou Forte.