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"Prefeita Ostentação" diz que se escondeu em aldeia indígena

Em depoimento à Polícia Federal, Lidiane disse que não deixou a cidade. Para os investigadores, trata-se de "manobra" da defesa

14:15 | 29/09/2015
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Lidiane Leite (sem partido), prefeita cassada da cidade maranhense de Bom Jardim, afirmou em depoimento à Polícia Federal que se escondeu em uma aldeia indígena que fica dentro dos limites da cidade. Após a Justiça expedir um mandado de prisão contra ela, Lidiane passou 39 dias foragida. Ela se entregou na segunda, 28, na Superintedência da Polícia Federal, em São Luís.

Segundo informações divulgadas pelo portal G1, a declaração é parte de uma "manobra" da defesa, que tenta mostrar que a ex-prefeita não estaria foragida. "Isso não existe. Ela sabia que era procurada. Todo mundo estava atrás, fazendo diligências. Ele, simplesmente, quis negar que ela estivesse foragida”, afirmou ao portal o delegado da PF responsável pelo caso, Ronildo Lajes.

De acordo com os policiais federais, há indicícios de irregularidades em contratos e transferências referentes à merenda escolar e reformas de escolas. Um desses indícios são transferências da conta da Prefeitura para a conta pessoal de Lidiane. As movimentações, cada uma de cerca de R$1 mil, chegavam à R$40 mil por ano.

VACÂNCIA

A questão da aldeia indígena levanta dúvidas sobre o processo de cassação do mandato de Lidiane, já que o argumento utilizado pela Câmara de Vereadores para tirá-la do posto foi justamente a vacância da cadeira de prefeitura durante mais de 15 dias sem a autorização do Legislativo.

 

De acordo com o advogado de defesa, Sérgio Muniz, "ela seria cassada ou declarada à vacância do cargo em qualquer situação. Você imagina que, na quinta-feira, antes do juiz dar a decisão mandando empossar a Malrinete Gralhada, ela [Lidiane] mandou efetuar o pagamento de fornecedores, da limpeza e o pagamento de servidores. E, na sexta-feira, o juiz deu uma decisão dizendo que ela não se encontrava no município".

OSTENTAÇÃO

Lidiane, que tem apenas 25 anos, costumava ostentar nas redes sociais uma rotina de viagens, roupas caras e passeios de luxo, o que lhe rendeu o apelido de "Prefeita Ostentação". Na internet afirmou que "eu compro é que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados". Seu município, por outro lado, ocupa do a segunda pior posição para se viver no Vale do Pindaré, composto por 22 outras localidades.

A prefeita chegou ao posto quase que por acidente, após seu namorado, Beto Rocha - que, mais tarde, viraria seu secretário e que também foi detido pela PF -, ter sua candidatura impugnada pela Justiça. Ela acabou assumindo a cabeça de chapa e foi eleita com 50,2% dos votos válidos.

No dia 5 deste mês, a Câmara Municipal deu posse a Malrinete Gralhada (PMDB), vice-prefeita, cassando o mandato de Lidiane. Os vereadores concluiram que a prefeita havia deixado a cidade por mais de quinze dias sem a autorização dos vereadores.

 
Redação O POVO Online
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