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Pleno do TJCE muda interpretação e aposenta juiz compulsoriamente

Essa foi a primeira vez na história do Tribunal de Justiça do Estado que uma sessão foi reaberta para reavaliar um julgamento

15:23 | 24/09/2015
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Atualizada às 21h35mindo dia 28/9

O Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) decidiu seguir a recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e condenou, nesta quinta-feira, 24, o juiz Francisco Chagas Barreto Alves à pena de aposentadoria compulsória. O julgamento do juiz aconteceu pela segunda vez, após desembargadores questionarem a decisão que definiu pena de censura pública na quinta-feira, 17.

Além dos desembargadores, o Ministério Público Federal do Ceará também recorreu da decisão e contestou a contagem do quórum para o dia do julgamento. O presidente em exercício do TJCE, desembargador Francisco de Assis Filgueira Mendes, determinou a reabertura da sessão na segunda-feira, 21. Essa foi a primeira vez na história do TJCE que uma sessão foi reaberta para reavaliar um julgamento.
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Na nova sessão, o presidente utilizou o mesmo resultado da votação anterior com nova interpretação. Dos 30 desembargadores votantes, 21 optaram pela aposentadoria compulsória, oito pediram pena de censura pública e apenas um desembargador votou pela absolvição.

Conforme resolução do CNJ, é necessária, para a condenação com pena máxima, a maioria absoluta dos votos, que nesse caso seriam 22. Como não houve a maioria total pela aposentadoria, Chagas Barreto foi condenado com a pena mais leve.

Após o resultado, a contagem de votos foi questionada sob alegação de que, como o desembargador Carlos Rodrigues Feitosa está afastado pela Justiça e a vaga aberta pela aposentadoria de Francisco Sales Neto ainda não foi preenchida, a maioria absoluta para o caso seria de 21 votos, e não 22 como aponta o CNJ.

Condenação
A decisão do pleno do TJ pela condenação de Francisco Chagas Barreto veio após concluídas as investigações realizadas pela corregedoria do Tribunal sobre a prática de desvios funcionais por parte do juiz, entre eles a concessão irregular de liminares e direcionamento de ações durante plantões judiciais de 2011 e 2013. Na defesa do juiz, o advogado alegou que não houve enriquecimento ilícito por parte do juiz nem da família do magistrado.

Desembargadores investigados
O CNJ decidiu, na terça-feira, 22, pela abertura de processo disciplinar para investigar o desembargador Carlos Feitosa e o magistrado aposentado Paulo Timbó. Ambos são suspeitos de envolvimento no esquema de venda de liminares nos plantões do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), investigado durante a Operação “Expresso 150”, da Polícia Federal, deflagrada em junho deste ano. 

 

Vídeo

 

O vídeo da sessão que decidiu pela abertura do processo foi excluído do canal do CNJ do YouTube e, consequentemente, desta matéria.

Redação O POVO Online
com informações da repórter Isabel Filgueiras
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