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Para ex-ministro, corte é 'pífio'

09:45 | 27/09/2015
Primeiro ministro da Pesca, o catarinense José Fritsch defende o ajuste da estrutura do governo, mas considera a extinção da pasta uma medida "pífia" na redução de despesas. Ele faz um diagnóstico em tom de desabafo da trajetória do órgão que ajudou a implantar. "O ministério serviu para tudo nestes últimos anos, até para a religião. Houve uma total deterioração da secretaria do meu tempo. É lamentável. É a política."

Fritsch faz, porém, previsões otimistas. "Neste ano, com ou sem ministério, com ou sem crise, a aquicultura brasileira terá um aumento de até 12%", diz. A perda do status do ministério é criticada por empresários do setor. Flávio Lene, presidente da Comissão Nacional da Pesca, afirma que a pasta contribui na difícil reorganização da atividade pesqueira industrial e artesanal, massacrada pela ausência de uma política de fomento nos anos 1990. "É importante a continuação do ministério para que não haja um retrocesso", defende.

O setor teme que uma vez transferida para a estrutura do Ministério da Agricultura, o órgão da Pesca fique espremido pelo agronegócio. Lene vê com preocupação o andamento de programas que estão em fase de implantação. A transição é considerada difícil. Ele ressalta que, atualmente, o ministério adquiriu uma feição mais técnica, com secretários capacitados.

Pulverização

No passado, a política da pesca era uma atribuição do Ministério da Agricultura. Quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou a Secretaria Especial, por uma medida provisória, em 2003, o setor fazia parte da estrutura do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Até hoje, muitas atribuições da Pesca são divididas com o órgão ambiental.

O setor reclama que o governo busca na derrubada do ministério um símbolo de economia. Atualmente, a produção brasileira de pesca é de 1,2 milhão de toneladas por ano. Desse total, 400 mil é de cultivo. A pesca artesanal e a industrial dividem em números praticamente idênticos a pesca de extração. O Brasil responde por cerca de 1% da produção mundial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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