A 18ª Vara Criminal de Fortaleza recebeu nesta segunda-feira, 28, a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) contra o ex-vereador Leonelzinho Alencar (PTdoB) e ordenou o congelamento das contas bancárias do político e de bens que, segundo a acusação, teria sido comprados de forma irregular. Entre eles, estão quatro carros e um apartamento. Além de Leonelzinho, outras 17 pessoas foram denunciadas e tiveram suas contas bancárias congeladas.

Leonelzinho é acusado pelo MP-CE de peculato - quando um funcionário público, como é o vereador, utiliza-se do cargo para obter vantagem pessoal -, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. As acusações envolvem o uso das Verbas de Desempenho Parlamentar (VDP). No dia 19 de junho deste ano, o então legislador, que havia sido afastado da Câmara Municipal no começo daquele mês, renunciou ao cargo. Ele alegou "motivos pessoais", mas, conforme foi publicado pelo O POVO, ele se antecipou a abertura de um processo de cassação pela Comissão de Ética da Casa, podendo, assim, candidatar-se novamente nas próximas eleições.

O POVO tentou entrar em contato com Leonelzinho e com seu advogado, Paulo Quezado. As ligações não foram atendidas.

ACUSAÇÕES

Leonelzinho tem uma longa lista de acusações e polêmicas em sua vida pública. Em 2011, Leonelzinho foi acusado de receber banners do PSDB roubados. À época, seu maior adversário político na Messejana, o deputado estadual Fernando Hugo (hoje no SD), era tucano. Em 2012, o MP-CE investiga Leonelzinho por, supostamente, seis parentes seus estarem empregados na administração estadual.

Segundo dado do Portal da Transparência à época, o próprio parlamentar era lotado na Secretaria Executiva Regional (SER) I e no Fundo Municipal de Saúde. Em 2013, o Ministério Público Federal investiga o vereador e sua esposa, Adriana Alencar. A acusação era de que ela era beneficiária do Bolsa Família, mesmo com uma renda familiar que superava a casa dos R$10 mil.

Em todas as ocasiões, Leonelzinho se declarou inocente.