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Governo e sociedade não toleram corrupção, diz Dilma em discurso na ONU

12:00 | 28/09/2015
Apesar de dedicar a maior parte de seu discurso à política externa, a presidente Dilma Rousseff não deixou de lado os problemas internos que assolam o Brasil em seu discurso de abertura da 70ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas, ao afirmar que "o governo e a sociedade brasileira não toleram e não tolerarão a corrupção". Dilma disse ainda que "a democracia se fortalece quando a autoridade assume o limite da lei como seu próprio limite" e que "graças à plena vigência da legalidade e ao vigor das instituições democráticas, o funcionamento do Estado tem sido escrutinado de forma firme e imparcial pela justiça e por todos os poderes e organismos públicos encarregados de fiscalizar, investigar e punir desvios e crimes".

A presidente pediu ainda parcimônia a todos em suas funções, sem excessos e sem ceder a pressões, e pedindo respeito nas críticas. "Queremos um país em que os governantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuições, sem ceder a excessos. Em que os juízes julguem com liberdade e imparcialidade, sem pressões de qualquer natureza e desligados de paixões político-partidárias, jamais transigindo com a presunção da inocência de quaisquer cidadãos", disse.

"Queremos um país em que o confronto de ideias se dê em um ambiente de civilidade e respeito. Queremos um País em que a liberdade de imprensa seja um dos fundamentos do direito de opinião e a manifestação de posições diversas direito de todos os brasileiros", acrescentou.

Para mostrar que não compactua com erros cometidos, a presidente avisou que, quem cometê-los, deve ser punido, obviamente, tendo garantido o seu direito de defesa. "As sanções da lei devem recair sobre todos os que praticaram atos ilícitos, respeitados o princípio do contraditório e da ampla defesa. Essas são as bases de nossa democracia e valho-me de recente manifestação do meu amigo José Mujica, ex-presidente uruguaio, que disse: 'Esta democracia não é perfeita porque nós não somos perfeitos. Mas temos que defendê-la para melhorá-la, não para sepultá-la'".

Dilma fez questão de lembrar que "os avanços que logramos nos últimos anos foram obtidos em um ambiente de consolidação e de aprofundamento da democracia". Segundo a presidente, "a democracia brasileira se fortalece quando a autoridade assume o limite da lei como o seu próprio limite". E emendou: "nós, os brasileiros, queremos um país em que a lei seja o limite. Muitos de nós lutamos por isso, justamente quando as leis e os direitos foram vilipendiados durante a ditadura".

Ao final do seu discurso na ONU e de ouvir as palavras do presidente norte-americano, Barack Obama, a presidente Dilma Rousseff terá um encontro com o primeiro-ministro da Grécia Alexis Tsipras, outro país que enfrenta grandes problemas internos econômicos e políticos. A presidente Dilma Rousseff que, a princípio deixaria Nova York à tarde, decidiu antecipar sua volta para o final da manhã já que terá de enfrentar, na volta, a grande crise política e econômica.

Momento de transição

A presidente afirmou em seu discurso que o Brasil tem "condições de superar as dificuldades atuais e avançar na trilha do desenvolvimento", mencionando ainda que o momento atual é de "transição". "Estamos em um momento de transição para um outro ciclo de expansão profundo, sólido e duradouro."

Dilma disse que, por seis anos, o Brasil buscou barrar as consequências da crise financeira mundial, evitando que os efeitos se abatessem sobre o país. Ela citou medidas tomadas pelo governo, incluindo a redução de impostos e tentativa de ampliação do crédito. "Esse esforço chegou a um limite tanto por razões fiscais internas como por aquelas relacionadas ao quadro externo", afirmou em seu discurso.

"A lenta recuperação da economia mundial e o fim do superciclo das commodities incidiram negativamente sobre nosso crescimento", disse Dilma. Ela mencionou ainda que a desvalorização cambial e as "pressões recessivas" produziram inflação no país e forte queda da arrecadação, levando a "restrições das contas públicas". A queda da arrecadação foi uma das justificativas oficiais para o governo reduzir as metas de superávit primário no país.

Dilma afirmou ainda em seu discurso que o Brasil está "reequilibrando o orçamento e fazendo forte redução de despesas", dos gastos e "até dos investimentos. "Hoje a economia brasileira é mais forte, sólida e resiliente do que há alguns anos", disse, ressaltando que o processo de inclusão social não foi interrompido.

"Esperamos que o controle da inflação, a retomada do crescimento e do crédito contribuirão para uma maior expansão do consumo das famílias", disse a presidente.

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