Dilma pede ajuda a Paes na negociação com o PMDB
Picciani ameaçou retirar as indicações feitas pela bancada do PMDB à presidente, se Dilma desistir do segundo ministério para os deputados. Depois de receber um telefonema da presidente, na tarde desta quinta-feira, 24, Paes prometeu falar com o líder peemedebista, mas já percebeu que Picciani não aceita que Padilha seja considerado indicação da bancada do PMDB.
O prefeito e o governador Luiz Fernando Pezão são os mais próximos aliados de Dilma no Rio de Janeiro, onde o PMDB se dividiu, na eleição presidencial de 2014, e abriu uma dissidência que apoiou o tucano Aécio Neves.
Pezão e Paes mantiveram a aliança com Dilma. O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, e o filho Leonardo fundaram o movimento "Aezão", de apoio a Aécio e Pezão. Nas últimas semanas, Leonardo se aproximou da presidente e Jorge Picciani tem defendido a permanência da presidente no cargo, em nome da "garantia de governabilidade". A relação da presidente com os Picciani, no entanto, ainda é distante.
Outro importante líder peemedebista do Rio, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, rompeu com a presidente em meados de julho e tem criticado a ampliação do espaço do PMDB no governo, oferecida por Dilma na reforma administrativa. Em reunião do PMDB-RJ realizada na manhã desta quinta-feira, Paes fez uma defesa veemente de Dilma e atacou, sem citar nomes, os integrantes do movimento pelo impeachment da presidente, a quem acusou de tentarem "não só desestabilizar o governo, mas destruir nosso País". "Não vamos apostar no quanto pior melhor", discursou Paes.