PUBLICIDADE
Notícias

Dilma demite ministro da Saúde por telefone

De acordo com a publicação, a conversa teria durado menos de dois minutos. A Saúde é um dos ministérios cotados para ser entregue ao PMDB durante a reforma administrativa

17:32 | 29/09/2015
NULL
NULL

Atualizada às 22h12

 

A presidente Dilma Rousseff (PT) demitiu esta manhã o ministro da Saúde, Arthur Chioro (PT). Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, Dilma teria informado a decisão a Chioro por telefone, em uma conversa de menos de dois minutos. De acordo com O Estado de S. Paulo, ela teria informado que precisava do cargo.

A Saúde é um dos ministérios cotados para ser entregue ao PMDB durante a reforma administrativa. Seria uma forma da presidente tentar manter a fidelidade do partido e, assim, evitar a abertura de um processo de impeachment. Esta manhã, menos de 12 horas após ter retornado dos Estados Unidos, Dilma se encontrou com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) para debater o tema.

Dilma tem tido dificuldades de implementar a reforma. A redução de dez ministérios é apontada como simbólica, para demonstrar a população que o governo está disposto a "cortar na carne" e fazer sacrifícios para efetivar o ajuste fiscal. Entretanto, com a diminuição de pastas, a presidente tem enfrentado problemas para acomodar aliados em uma reduzida Esplanada dos Ministérios. A perspectiva é que, para evitar novas rebeliões por parte do principal partido da base alida, até sete ministérios sejam controlados por peemedebista, dando espaço para acomodar as bancadas do Senado, da Câmara, e do grupo do vice-presidente.

"NÃO ME DEMITAM"

A possibilidade da saída de Chioro vem sendo ventilada desde a semana passada. O ministro, entretanto, vinha afirmando que o assunto não havia sido tratado com ele. "Eu sou ministro da Saúde, não me demitam", disse a jornalistas no último dia 24. Ele, entretanto, afirmou também que o cargo não pertencia a ele, mas à presidente.

Na segunda-feira, 28, porém, O Estado de S. Paulo publicou entrevista com o ministro em que ele fez duras críticas ao Projeto de Lei Orçamentária enviado ao Congresso. De acordo com ele, caso o texto seja aprovado como está, a verba para despensas hospitalares e atendimentos médicos cabariam em setembro de 2016. "Essa é uma situação que nunca foi vivida pelo Sistema Único de Saúde nos seus 25 anos. Ela aponta para um verdadeiro colapso na área", disse.

 

UNGER

Chioro é o terceiro ministro a sair do governo desde o anúncio da reforma ministerial. Antes dele, o titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger (PMDB), entregou seu cargo. A pasta é uma das cotadas para perder o status de ministério com a reforma. Unger era um dos ministros mais próximos ao vice-presidente Michel Temer.

 

Nesta terça, o secretário de Direitos Humanos, Pepe Vargas (PT), também entregou o cargo à presidente. Sua pasta é cotada para ser fundida com as Secretarias de Políticas para Mulheres e de Igualdade Racial, criando o Ministério da Cidadania. Pepe é integrante da corrente Democracia Socialista do Rio Grande do Sul, uma das mais próximas de Dilma.

 
Redação O POVO Online
TAGS