Junto com representante do Fórum de Direitos da Criança e do Adolescente, parlamentares do Ceará pediram “inspeção institucional” de centros socioeducativos do Estado para o ministro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Pepe Vargas. Segundo eles, jovens internados nestas casas sofrem com superlotação, casos de tortura e falta de atividades pedagógicas.

“São tudo, menos unidades socioeducativas. Primeira coisa que de fato morre numa situação como essa é a possibilidade de fazer educação. Se tenho um lugar que tem capacidade para 60 pessoas e tem 220, é óbvio que não vai haver educação nenhuma possível”, diz o deputado estadual Renato Roseno (Psol), um dos integrantes da comitiva.

Além de Roseno, acompanharam a audiência o deputado estadual Zé Ailton Brasil (PP) e o vereador João Alfredo (Psol). Eles apresentaram dados que apontam mais de 40 rebeliões e motins em unidades socioeducativas do Estado, além de fuga de 250 adolescentes. Segundo eles, o Ceará é um dos estados com maiores índices de superlotação em unidades no Brasil.

Pepe Vargas se comprometeu em agendar visita ao Ceará e em mobilizar o Conselho Nacional de Direitos Humanos, o Comitê de Combate a Tortura e o Conselho Nacional da Criança e Adolescente para uma reunião de trabalho sobre o tema.

Na Assembleia Legislativa, o líder do governo Evandro Leitão (PDT) tem dito que concorda com a criação de comissões para analisar a situação de unidades socioeducativas no Estado. Ele destaca, no entanto, que questão é complexa e vai além do Poder Executivo. “Temos que puxar a responsabilidade para esta Casa”, disse.