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Presidente do PT-SP diz ser contra apoio a manifesto por afastamento de Cunha

17:40 | 27/08/2015
O presidente do Diretório Estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza, disse nesta quinta-feira, 27, na capital paulista, ser contra a posição de deputados federais do partido que decidiram subscrever um manifesto que pede o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do comando da Casa.

Dos 35 deputados que assinaram o documento, 18 são da legenda. "Sou contra o PT endossar esse tipo de coisa. Não podemos condenar alguém por indícios, seria um discurso contraditório, teríamos de condenar os nossos por indícios também", disse, ao deixar um hotel onde líderes se reúnem para discutir a organização da sigla.

"O Eduardo Cunha tem direito de defesa. Mas foi uma minoria, não acredito que isso prospere nem vire maioria (dentro da bancada petista)", afirmou, ao lembrar que a agremiação tem 63 deputados federais. Emídio afirmou ainda não ser favorável, pessoalmente, a pedir a saída do presidente da Câmara do comando do Legislativo, mesmo se o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a denúncia por suposto envolvimento dele no esquema de corrupção da Petrobras, enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Quando ele virar réu, é outro degrau, mas também não é condenação", declarou. A posição do presidente do Diretório Estadual do PT de São Paulo diferiu do que foi dito pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, no domingo, 20. Naquela data, Falcão afirmou que, caso o STF aceite a denúncia, a situação mudaria e que juristas consultados por ele avaliaram que a Constituição exigiria o afastamento de um presidente de Casa legislativa se ele se tornasse réu. Perguntado se não seria um constrangimento ter um presidente da Câmara réu, Emídio minimizou o impacto dessa possibilidade. "Constrangimento é algo tipicamente individual."

Dirceu

Ele avaliou que a bancada do PT na Câmara não "cochilou" ao permitir que fosse aprovada a convocação do ex-deputado e ex-chefe da Casa Civil José Dirceu na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras e afirmou que a situação é "muito diferente" de quando se permitiu a convocação do diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. "Com o Okamotto, foi uma tentativa de atingir o próprio presidente (Lula)."

Emídio disse ainda que, no caso de Dirceu - preso na Operação Lava Jato -, há suspeitas que recaem sobre ele pessoalmente, em investigações que não envolvem o partido e que, por isso, em sua avaliação, não houve o cochilo. Na época da aprovação da convocação de Okamotto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou particularmente irritado e cobrou os deputados petistas pelo "cochilo".

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