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Pochmann diz que 1º mudança na política tem que ser no financiamento de campanha

20:30 | 03/08/2015
O presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, disse que a primeira "grande mudança" a ser feita no âmbito de uma reforma política no País é no modelo de financiamento de campanhas. "Hoje temos eleições de caráter cada vez mais privado e aí você tem perfil de parlamentar que não representa o povo, o rosto da sociedade", disse, a jornalistas, antes do debate sobre o tema, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A mesma lógica vale para o perfil geográfico no Congresso Nacional. "Para um País que tem 86% da população vivendo nas grande cidades, elegemos, na última eleição, a maior bancada ruralista do País. Nada contra os ruralistas, mas é um desequilíbrio, já que agenda é urbana. E isso resulta de um sistema de seleção de lideranças políticas já comprometido e que precisa ser alterado", declarou. Para ele, fazer uma reforma política não é um processo simples e será realizada se houver um grande apoio popular.

A vice-presidente do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleide de Andrade, ressaltou que o fim do financiamento privado é um dos pontos defendidos pelo partido em uma reforma política. "Defendemos o financiamento público com exclusividade. Ainda não desistimos de derrubar esse tema no segundo turno na Câmara", destacou, em sua apresentação no evento. Conforme ela, o Brasil nunca fez uma reforma política, somente emendou sistemas.

O deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) afirmou que a reforma política no Brasil só poderá ser feita a partir da formação da constituinte exclusiva. "Estamos diante de um antagonismo: a necessidade da reforma e a prática de um Congresso com uma contrarreforma", falou.

Conforme o político, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) acentua "pauta conservadora da maioridade penal e incentiva golpes democráticos no País." Correia declarou que o momento é delicado e citou o arremesso de uma bomba de fabricação caseira contra a sede do Instituto Lula, em São Paulo, na semana passada, como um "atentado político". "Não foi se dado a gravidade do atentado. A direita não está brincando em serviço e temos risco de um retrocesso no Brasil", afirmou.

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