A presidente Dilma Rousseff fez hoje um apelo ao presidente do PDT, Carlos Lupi, para que a legenda passe a reintegrar a base aliada. A iniciativa da presidente ocorre em um momento em que ela tenta intensificar o dialogo com aliados para assegurar a governabilidade diante das ameaças de impeachment. O PDT, que conta com 19 deputados federais, anunciou o rompimento do bloco do governo na Câmara na última quarta-feira. "Ela disse que estava preocupada com a posição do partido de sair da base e fez um apelo para que reconsiderássemos", afirmou Lupi, após encontro com Dilma.

Segundo o dirigente, na reunião, a petista ressaltou que uma possível mudança do atual ministro do Trabalho, Manoel Dias, também ficaria a critério da legenda. "Ela sempre nos deixou a vontade sobre isso. Agora estou ligando para cada um dos integrantes da bancada para ouvir sobre a permanência da base aliada. O que tenho visto até o momento é muita resistência", afirmou Lupi.

Parte do descontentamento dos deputados pedetistas está no tratamento dado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que vinha acusando a legenda de "traição" pelo fato de o partido ter se posicionado contra a votação de propostas do ajuste fiscal.

Além disso, também é motivo de desgaste o fato de os deputados não serem atendidos nas demandas por espaços no governo e falta de liberação de emendas parlamentares. Uma das demandas do PDT é a ocupação de secretarias do ministério do Trabalho que atualmente estão nas mãos do PT. Uma resposta sobre a decisão do partido ao apelo feito por Dilma deverá ser apresentada à petista somente na próxima semana, após reunião de integrantes da cúpula do PDT.