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Itamaraty dá 'calote' de US$ 100 mil em empresa alugou limusines para Dilma

21:10 | 17/08/2015
Um calote de três meses no pagamento da conta de veículos usados em junho pela comitiva da presidente Dilma Rousseff em São Francisco, durante a viagem aos Estados Unidos, é mais um capítulo na história recente de penúria do Itamaraty. A dívida, de aproximadamente US$ 100 mil, teve o pagamento autorizado na última sexta-feira, 14, junto com outras dívidas de viagens presidenciais, mas foi pontual. Outros débitos não foram pagos e o orçamento do Ministério das Relações Exteriores acabou no mês passado.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, as diárias dos servidores da presidência que viajam com Dilma não estão sendo pagas, tampouco os do Itamaraty. O auxílio-moradia devido aos diplomatas e oficiais de chancelaria que estão servindo no exterior estão com um atraso de três meses - o ministério tem depositado o mês corrente, mas não foi capaz de quitar a dívida anterior. Embaixadas ainda reduzem o período de expediente para economizar em contas de energia e de água.

O brasileiro Eduardo Marciano, da empresa NS Highfly Limousine, em São Francisco, foi apenas o mais vocal sobre a dívida do governo brasileiro com sua empresa. O empresário forneceu 25 veículos, sendo 10 sedans, vans, ônibus e um caminhão, além de motoristas e pessoal de apoio, para o transporte da comitiva da presidente, incluindo ministros, seguranças, diplomatas, além do pessoal que faz a preparação da visita, entre os dias 16 de junho e dois de julho deste ano, a um custo de US$ 100 mil. Sem receber, Marciano postou sobre o calote na sua página no Facebook, notícia que foi compartilhada 14 mil vezes.

O caso virou um artigo no site Ireport, da rede de notícias CNN, um site colaborativo onde qualquer espectador pode publicar notícias que, de acordo com as regras, não são checadas ou editadas pela rede de notícias. O governo brasileiro reconheceu a dívida e afirmou que Marciano vai receber os recursos até amanhã.

Contas de outras viagens da presidente, mais antigas - como por exemplo, da visita da presidente à Bolívia para a posse de Evo Morales - também estão atrasadas. No entanto, os fornecedores ainda não estão cobrando o governo brasileiro por meio de redes sociais.

Apesar das viagens serem presidenciais, os custos saem do Itamaraty, que hoje tem cerca de 0,5% do orçamento da União. Desde a metade do ano passado, as contas da diplomacia brasileira não fecham. Em setembro de 2014, depois de várias atrasos, o ministério conseguiu uma suplementação orçamentária.

O Ministério das Relações Exteriores tem tomado várias medidas para reduzir custos, inclusive diminuindo pessoal em embaixadas e analisando a união de postos consulares com embaixadas, como ocorreu em Beirute, no Líbano. Ainda assim, os recursos não são suficientes - especialmente porque o orçamento foi feito com o dólar cotado a R$ 2,40, mas atualmente beira R$ 3,50. O Itamaraty trabalha para conseguir mais uma suplementação, mas a liberação depende do Ministério do Planejamento.

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