Cunha afirma que não vai deixar Presidência da Câmara
Na iminência de ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por envolvimento no escândalo de desvios na Petrobras, o parlamentar ainda reagiu a um ofício da PGR encaminhado ao PSOL em que o órgão nega que investigações feitas na Casa tenham tido acesso aos computadores dos 513 deputados.
O PSOL havia encaminhado um pedido de explicações a Janot com base num relato de Cunha de que a ação realizada na Câmara vasculhou dados de todos os parlamentares.
No documento enviado ao partido, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz não só que é inverídica a informação, como classificou a afirmação de Cunha aos líderes partidários de "no mínimo leviana". Na ocasião, a ação na Casa foi solicitada pela PGR e autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
No dia 4 de maio, Zavascki autorizou que um oficial de Justiça fosse ao Departamento de Informática da Câmara para retirar cópias que pudessem comprovar a autoria de Cunha em um requerimento que poderia ajudar nas investigações referentes ao suposto envolvimento do presidente da Câmara.
Janot respondeu que a ação teve como foco Cunha e a ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ). "A leviandade da declaração reside no fato de que tenta usar como escudo a instituição Câmara dos Deputados - e, pela via da desinformação, seus pares - para atacar o Ministério Público Federal, embora a crítica à diligência seja de interesse exclusivo para a defesa do deputado Eduardo Cunha", declara Janot no ofício enviado ao líder do PSOL, Chico Alencar (RJ).
Após o PSOL divulgar o conteúdo do ofício, Cunha imediatamente veio a público dizer que recebeu do corpo técnico da Casa a informação de que houve coleta de dados dos 513 deputados e que solicitou a certificação da informação para demonstrar que fala a verdade. "Se ele (Janot) desprezou os dados e utilizou o que interessava, não significa que quando fizeram a busca e apreensão aqui não coletaram todos os dados. Eles pegaram o sistema inteiro. Isso me foi falado pela área técnica", afirmou.
Cunha avisou que responsabilizará a área técnica se a informação for incorreta e que poderá pedir eventualmente desculpas. Ele defendeu o respeito entre os Poderes e afirmou que não vai "bater boca com quem quer que seja".