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Aloysio: função do vice-presidente da República não é fazer articulação política

17:35 | 24/08/2015
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou nesta segunda-feira, 24, que a função do vice-presidente da República não é fazer articulação política. O vice Michel Temer deve deixar a negociação sobre cargos e emendas para cuidar da macropolítica. "A articulação política da forma como foi encomendada a Temer não era boa para o prestígio do vice-presidente, porque essa articulação política se resumia à distribuição de cargos e verbas", disse o senador.

O tucano também afirmou ver incoerência da presidente Dilma Rousseff em anunciar agora corte de ministérios - que devem ser reduzidos de 39 para 29. "Não é a primeira vez que a presidente diz uma coisa na campanha e faz outra", disse o Nunes, que foi vice na chapa derrotada de Aécio Neves (PSDB-MG) no ano passado. "Mas acho positivo que se diminua o número de ministérios", ponderou, ao dizer também que é preciso cortar o número de cargos de confiança. "É um numero absurdo de cargos de confiança que drenam os recursos públicos para encaixar na administração apaniguados de chefes políticos."

Na campanha presidencial do ano passado, Aécio prometeu cortar à metade o número de ministérios ao passo que Dilma rejeitou diminuir o número de pastas, chegando a dizer que o adversário tucano tinha uma "cegueira tecnocrática" ao fazer tal proposta.

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que esteve no mesmo evento que Aloysio Nunes, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), fez comentário semelhante sobre a mudança de postura da presidente da República. "Participei ativamente da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a presidente e ele tinha exatamente essa bandeira, que aliás foi muito criticada na época pela presidente. Agora, então, eles pegam a nossa bandeira, digamos assim. Nós temos hoje no Brasil evidentemente um número excessivo de ministérios".

Cunha

Aloysio Nunes admitiu não ser "bom" para o País ter um presidente da Câmara investigado pela Procuradoria-Geral da República por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, mas disse ser importante neste momento aguardar o desenrolar do processo no Judiciário - Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi denunciado na semana passada ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Rodrigo Janot.

"Claro que não é bom, evidentemente, ele (Cunha) está sendo denunciado, vai se defender, pois a denúncia não é condenação, vamos aguardar a defesa", disse o senador. "Se eu fosse deputado federal, ia aguardar o pronunciamento do STF e analisar a defesa que ele, Eduardo Cunha, seguramente vai apresentar", complementou.

Nunes se incomodou com o excesso de perguntas sobre a situação do presidente da Câmara e não respondeu se sua posição mudaria caso o STF aceite a denúncia e Cunha se torne réu no processo. "Não vim aqui para falar de Eduardo Cunha."

Aloysio Nunes e Antonio Anastasia participaram de um evento com Eduardo Cunha e presidentes de assembleias legislativas estaduais na Alesp para falar de pacto federativo.

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