A Polícia Federal indiciou o presidente da holding Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, e outras oito pessoas no inquérito aberto da operação Lava Jato, que investiga corrupção e desvios de recursos da Petrobras. Foram encontrados indícios de fraudes em contratos da construtora, mas a culpa ainda não foi comprovada.

O prazo do inquérito, aberto em janeiro, encerrou no último domingo, 19, e caberá ao Ministério Público Federal denunciar ou não os indiciados ao juiz Sergio Moro, responsável por abrir possível ação penal. No mesmo inquérito, foram indiciados Rogério Nora de Sá, Flávio Lúcio Magalhães, Antonio Pedro Campello de Souza, Paulo Roberto Dalmazzo, Elton Negrão de Azevedo Júnior, Lucélio Goes e os lobistas Mario Goes e Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano – apontado como operador do PMDB na Petrobras.

[SAIBAMAIS 2] Segundo a PF, a Andrade Gutierrez não apresentou qualquer justificativa para o pagamento de pelo menos R$ 4,9 milhões a uma empresa de consultoria do lobista Mario Goes, chamada Rio Marine. A investigação aponta ainda que a quebra de sigilo bancário da empresa de Goes apontou saques em espécie no total de R$ 70 milhões, uma prática "corriqueiramente aplicada em operações voltadas a ocultar ou dissimular os reais beneficiários dos recursos sacados, sobretudo em situações que envolvam o pagamento de vantagens indevidas".

Em nota, a empresa defendeu que não existem fundamentos ou prova que justifiquem a prisão e o indiciamento de seus executivos e ex-executivos. ''A Andrade Gutierrez volta a afirmar que sempre esteve à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e esclarecer todas as dúvidas o mais rapidamente possível, restabelecendo de vez a verdade dos fatos e a inocência da empresa e de seus executivos", completou.